Clássicos eternos e incomparáveis performances de Axl Rose marcam show do Guns N’Roses na capital paulista

O palco do Allianz Parque recebeu neste último sábado (25) ninguém mais, ninguém menos que Guns N’ Roses, transformando a arena em um verdadeiro templo do rock! É a décima vez que a famosa e excêntrica banda de hard rock traz seu show para o Brasil. Transcendendo quaisquer críticas sobre a qualidade vocal de Axl Rose, 63, vocalista e líder do grupo, o Guns trouxe uma setlist que agradou o público 40+, 50+ e 60+, que cresceu ouvindo seus grandes sucessos, apesar da presença marcante das gerações mais jovens, que curtiram junto com os pais e irmãos mais velhos, lotando o estádio paulista, onde 49 mil pessoas marcaram presença.

Performances inigualáveis

Axl Rose vem sendo alvo de críticas nos últimos tempos, especialmente pelo fato da qualidade de sua voz não ser mais a mesma, não só pela idade e excessos, que afetaram seu desempenho vocal, mas por não alcançar mais a sexta oitava, nota extremamente aguda, que o fez ser eleito o cantor com o maior alcance vocal do mundo, no ano de 2014, por um estudo feito pelo Concert Hotels, superando nomes como Mariah Carey, Prince e Steven Tyler.

Sua presença de palco, contudo, continua idêntica àquela dos áureos tempos. Além de percorrer por toda a extensão do palco, em absolutamente todas as músicas, o vocalista esbanja carisma  e empatia em suas performances, sempre únicas, em que ele pula, gira, dança com a haste do microfone, interagindo o tempo todo com a plateia, em uma energia sem fim!


Guns N' Roses em performance no show de São Paulo, no Allianz Parque (Foto: reprodução/GNR São Paulo Press)

Os Raimundos se mostraram extremamente honrados por terem sido convidados pela produção pra abrir o show dos seus grandes ídolos do rock, e eram pura emoção a cada música tocada. Assim como Axl teve um problema no seu retorno, no show feito na Argentina, nessa turnê “Because What You Want and What You Get Are Two Completely Different Things” (“Porque o que você quer e o que você consegue são duas coisas completamente distintas”), que gerou enorme polêmica junto à imprensa, devido ao seu comportamento explosivo, atirando longe seu microfone e chutando a bateria, relembrando os velhos tempos de irritação e agressividade, o vocalista Digão também teve um problema no seu microfone, que falhou bem no momento do refrão de “Reggae do Manero”. Após reclamar com a produção, o erro foi sanado e o show seguiu sem maiores implicações.


Digão, vocalista do Raimundos (Vídeo: reprodução/X/@giulianag25)

Mais de três horas de show ininterruptas

O Guns assumiu o palco e foram mais de três horas ininterruptas de show. Slash foi o primeiro a aparecer, com aquele riff único de “Welcome to the Jungle”, inaugurando a apresentação em São Paulo. Escrita por Axl Rose, após um encontro com um morador de rua que gritara: “Vocês sabem onde estão? Vocês estão na selva, baby”, se referindo à cidade de Los Angeles, na Califórnia, como uma “selva” de perigos e prazeres.

Ao longo da primeira hora, a banda mesclou faixas recentes com covers e uma homenagem a Ozzy Osbourne, falecido em 22 de julho de 2025. A partir da segunda hora, tocou um sucesso atrás do outro, sem parar: “Yesterdays”, “Don’t Cry”, “Knockin’ on Heaven’s Door” (Bob Dylan cover), “You Could Be Mine” (tema do filme “O Exterminador do Futuro 2”), “Slash Guitar Solo”, “Sweet Child o’ Mine”, “Civil War”, “November Rain” e “Paradise City”.

O público estava ansioso, especialmente pra saber se a banda ia tocar dois grandes sucessos, baladinhas românticas, as quais não foram incluídas na setlist do show de Florianópolis, no último dia 21 de outubro: “Don’t Cry” e “Patience”. Ana Paula Silva Vieira, 43, veio diretamente de Fortaleza com seu marido Paulo Roberto Menezes Sousa, 33, pra assistir ao show e aguardava ansiosa por este momento, que, felizmente, chegou pra São Paulo! Sendo a 18ª da setlist, “Don’t Cry” foi só emoção, um verdadeiro êxtase de deleite para os fãs. Já “Patience” ficou de fora.

Performance do Guns N' Roses (Vídeo: reprodução/Instagram/@papocomgiuli)

A iluminação grandiosa e os telões imersivos reforçaram a atmosfera de espetáculo. No entanto, o auge da noite foram os milhares de fãs em perfeita sintonia, ecoando versos que atravessaram o tempo. Muitos cantaram abraçados, alguns com lágrimas nos olhos, outros gravando cada detalhe para eternizar a experiência.

Nesse clima de nostalgia, o público teve acesso a um Guns N’ Roses mais maduro e centrado, especialmente após o retorno do baixista Duff McKagan e do guitarrista Slash, no ano de 2016, integrantes essenciais para a composição física e energética da banda, fundamentais para um bom espetáculo. Axl Rose deixou as polêmicas irritações para trás, e ainda que com a voz bem aquém daquilo que fazia no passado, mostrou sua empatia, conduzindo a banda numa celebração arrebatadora, que uniu gerações, reviveu memórias e reafirmou seu status de lenda viva do rock ‘n’ roll mundial.

A turnê segue para Curitiba (28/10), na arena Pedreira Paulo Leminski; Cuiabá (31/10), na Arena Pantanal e Brasília (02/11), na Arena BRB.

 

 

Sabrina Carpenter defende shows sem celular e expõe incômodo de artistas com telas na plateia

Em recente entrevista à revista Rolling Stone, Sabrina Carpenter refletiu sobre a experiência que teve durante um show do Silk Sonic, duo formado por Bruno Mars e Anderson Paak. A cantora contou que nunca viveu algo tão marcante em uma apresentação, especialmente por um motivo inusitado: ela foi impedida de usar o celular durante o espetáculo.

Tiraram meu celular. Nunca tive uma experiência melhor em um show. Sinceramente, senti como se estivesse de volta aos anos 70 e eu nem era nascida. De verdade, senti que estava lá… Eu cresci numa época em que as pessoas já tinham iPhones nos shows. Infelizmente, isso é super normal pra mim”, afirmou a cantora.

Após o evento, Sabrina refletiu sobre o impacto da experiência e revelou que considerou adotar a mesma medida em suas próprias apresentações. Para ela, seria interessante se o público se desconectasse das telas e se concentrasse em viver o momento.

Não posso culpar quem quer guardar memórias, mas dependendo de quanto tempo eu ainda quiser fazer turnê, e da idade que eu tiver… Amiga, tira esses celulares daí. Você não pode dar zoom no meu rosto. Agora minha pele é macia e firme. Tá tudo certo. Mas não dá zoom em mim quando eu tiver 80 anos lá em cima”, brincou.

Celulares danificados

Além do incômodo visual e da distração, o uso de aparelhos eletrônicos em shows já gerou polêmicas técnicas. Em 2022, o DJ brasileiro Alok precisou se pronunciar após um fã afirmar que a câmera de seu celular foi danificada pelas luzes usadas durante a apresentação no Rock in Rio.

A explicação veio logo depois: os lasers usados no palco têm alta potência e, ao atingirem diretamente as lentes dos celulares, podem causar manchas permanentes ou até inutilizar o componente. Alok, no entanto, garantiu que todos os feixes eram direcionados para o alto, e não para o público.


Alok se pronuncia em suas redes socias sobre polemica com celular de espectador (Vídeo: Reprodução/X/@alokoficial)

Incômodo antigo e recorrente

O desconforto com o uso excessivo de celulares em shows não é novidade no universo musical. Muitos artistas se dizem incomodados ao ver uma plateia tomada por telas em vez de rostos atentos.

Em 1991, por exemplo, o vocalista do Guns N’ Roses, Axl Rose, perdeu a paciência ao flagrar um fã tirando fotos durante um show em St. Louis, nos Estados Unidos. Ele pediu que os seguranças retirassem o homem do local e, diante da demora, se lançou na plateia para tomar a câmera das mãos do fã. Pouco depois, anunciou o fim da apresentação.


Axl Rose pulando em fã que utilizava o celular em show do Guns N'Roses (Vídeo: Reprodução/Youtube/Alexandre Sodre)

Mais recentemente, a banda Eagles pediu que o público desligasse os celulares durante o show The History of Eagles, na Rod Laver Arena, na Austrália. Quem fosse pego filmando, tirando fotos ou até mesmo enviando mensagens seria expulso do local.

O grupo Yeah Yeah Yeahs também tem um posicionamento claro: em seus shows, pede que os fãs não assistam às apresentações pelas telas. “Ponha essa merda de lado”, alertam Nick, Karen e Brian — de forma direta, porém carismática.

Prince, por sua vez, era radical. Para garantir uma experiência exclusiva para quem pagou para vê-lo ao vivo, proibia não só o uso de celulares como a entrada com os aparelhos nos locais de show.

Outro nome que adotava políticas rígidas era Björk. Famosa por um episódio em que agrediu um repórter durante uma turnê na Tailândia, a cantora também proibia fotos e gravações em suas apresentações — o que, segundo fãs, era levado muito a sério.