2022 não foi um ano fácil para os bilionários chineses. Pode-se considerar que foi um dos piores anos, em décadas. Tudo isto porque as restrições impostas pela COVID-19 frearam o crescimento da segunda maior economia do mundo. Além do mais, as legislações mais rígidas de empresas privadas levaram a uma queda recorde em riquezas do país.
A fim de impulsionar sua economia, os principais líderes chineses estão revendo algumas políticas mais severas, porém, acredita-se que o alívio será temporário, pois, segundo os analistas, as políticas favoráveis ao mercado podem desaparecer ao longo de 2023.
Conforme o professor de finanças da Universidade de Hong Kong, Chen Zhiwu, “assim que as condições econômicas se estabilizarem, eu esperaria um retorno ao que estava acontecendo antes de novembro de 2022”. Ele refere-se à repressão do ano passado, em que quase acabou com o crescimento econômico das maiores empresas de tecnologia, além de ter provocado inadimplência no setor imobiliário. Inclusive, para os analistas, este setor será um dos que apresentará breve alívio.
As autoridades consideram relaxar a política de “três linhas vermelhas”, a qual foi criada em 2020 a fim de limitar os empréstimos. No entanto, tal política foi responsável por diminuir a venda de imóveis, o que causou inadimplência no setor. Caso a medida seja tomada, será possível a prorrogação de pagamentos de empréstimos e promessa de centenas de bilhões de dólares em novos créditos.
Victor Shi, professor de economia política da Universidade da Califórnia, acredita que “no setor imobiliário, se o afrouxamento funcionar, os preços das moradias subirão novamente, enquanto a dívida continuará a se acumular. Eventualmente, o governo central terá que reverter o curso”.
Setor imobiliário na China. (Foto: Reprodução/BBC News Brasil)
As ações de algumas empresas imobiliárias já aumentaram. Desde o início do ano, o bilionário Wu Yajum, cofundador da Longfor já recebeu US$ 282 milhões em sua conta, o que corresponde a R$ 1,43 bilhão. Também, o bilionário Yang Huiyan, copresidente da Country Garden ganhou US$ 465 milhões (cerca de R$ 2,37 bilhões).
Jack Ma, outro bilionário chinês, cofundador da Alibaba e Ant Group, viu suas riquezas aumentarem de US$ 2,3 bilhões para US$25,6 bilhões, o que corresponde a mais de R$ 130 bilhões. É um valor alto, mas ainda representa uma queda de quase 50% se comparado a 2021.
Depois de Ma criticar o sistema bancário da China, as autoridades do país cancelaram uma oferta pública de US$ 35 bilhões da fintech no final de 2020, mas agora aprovaram um plano de captação de recursos de US$ 1,5 bilhão do Ant Group. O bilionário concordou em reduzir seu poder de voto na fintech para cerca de 6,2%.
Bilionário Jack Ma. (Foto: Reprodução/Philippe Lopez/Forbes)
Apesar de tudo, alguns empresários chineses mantêm suas perspectivas positivas e otimistas em relação à economia e acreditam que o país voltará a crescer, como Daniel Zhang, presidente-executivo do Alibaba, Zong Qinghou, presidente do Wahaha Group e Nan Cunhui, fundador da Zhejiang Chint Electrics.
O presidente Xi, em reunião com autoridades, reforçou que sua intenção é de controlar as maiores empresas privadas do país. Ele também alertou contra “qualquer infiltração de capital na política que prejudique o ecossistema político ou o ambiente para o desenvolvimento econômico”.
Foto Destaque: Bilionário Chinês. Reprodução/Yahoo Finanças