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Tudo por um like: a precarização do trabalho com as fazendas de cliques

O serviço que começou em países como Filipinas e Indonésia, vende curtidas e seguidores na Internet. No Brasil, os pacotes de empresas que trabalham no ramo podem custar a partir de R$0,60.

15 Ago 2022 - 21h52 | Atualizado em 15 Ago 2022 - 21h52
Tudo por um like: a precarização do trabalho com as fazendas de cliques Lorena Bueri

As redes sociais viraram um campo de batalha, só que, nesse caso, a moeda de troca são os likes, a  cada dia que passa vemos mais pessoas ousando nos cliques para chamar atenção e conseguir engajamento. Mas, será que todas aquelas curtidas são de pessoas que viram o conteúdo e gostaram dele?

A resposta é não. Um tipo de negócio chamado “Fazenda de Cliques” está crescendo cada vez mais e promete mais seguidores, likes e comentários nas postagens. Essa atividade chamou a atenção da Meta, proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp, rendendo um processo na justiça brasileira.

Esse serviço começou em países do Sudeste da Ásia na década passada, para atender demandas de países no exterior, no Brasil, a demanda é totalmente nacional e inclui políticos, influencers e artistas. O curioso é que os perfis que contratam o serviço já têm muitos seguidores, mas nem sempre conseguem um número aceitável de likes, principalmente em trabalhos publicitários.



O mercado das Fazendas de Cliques cresce no Brasil com demanda 100% nacional. (Foto: Reprodução/Start Co.)


A empresa está processando as empresas MGM Marketing Digital e Igoo Networks por praticarem esse esquema de vender curtidas, seguidores e visualizações em redes sociais com preços baixos, geralmente de R$0,60 por pacote de mil curtidas, setor atraiu muitos desempregados em busca de renda extra.

Os contratados para fazer esse serviço, geralmente atuam sem carteira assinada, recebendo de R$0,01 a R$0,05 para executar as interações. O sistema do subemprego é tão ganancioso que para conseguir sacar o pagamento, o trabalhador precisa de um saldo de R$20,00, o que equivale a pelo menos 20 mil tarefas completadas.

Para burlar as regras das plataformas, os chamados bots humanos utilizam imagens alteradas por inteligência artificial, criando fotografias de pessoas que não existem, essa estratégia faz com que o algoritmo não consiga detectar o perfil fake, já que o perfil aparenta ser real.

Há ainda, quem ensine como conseguir burlar o algoritmo, o youtuber Sávio Augusto orienta pessoas interessadas em criar uma conta manualmente. De acordo com ele, a foto precisa ser de uma pessoa, mas uma que não exista, ele também aconselha a postar fotos de animais fofos, usar hashtags e ter seguidores.

Na edição do Big Brother Brasil deste ano, o vencedor Arthur Aguiar ganhou grande repercussão na internet após uma propaganda de uma empresa desse segmento. A postagem foi derrubada por violar as regras do Instagram.

Foto Destaque: Arte mostra garota usando diversos celulares para curtir, comentar e compartilhar. (Reprodução/Canal Tech).

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