Saúde

Testosterona regula agressão e afeto em roedores, segundo estudo

Embora a testosterona seja mais frequentemente associada à agressividade, ela também pode promover comportamento afetuoso e sociável nos machos, diz novo estudo sobre roedores. 

17 Ago 2022 - 13h00 | Atualizado em 17 Ago 2022 - 13h00
Testosterona regula agressão e afeto em roedores, segundo estudo Lorena Bueri

Um novo e interessante estudo sobre os efeitos comportamentais da testosterona foi publicado na revista Proceedings of the Royal Society B. Com o título "Além da sexualidade e da agressão: a testosterona combina rapidamente as respostas comportamentais ao contexto social e as tentativas de prever um futuro", cientistas trazem um novo olhar sobre a contribuição desse importante hormônio.

A principal autora do estudo, Aubrey Kelly, professora assistente de psicologia da Emory University, disse acreditar que esta é a primeira vez que os pesquisadores mostraram que o hormônio pode fazer com que comportamentos não sexuais, pró-sociais e agressivos se concentrem em um mesmo indivíduo.

A maioria dos estudos em humanos mostra que a testosterona aumenta o comportamento agressivo. Kelly e seu marido, Richmond Thompson, neurocientista da mesma universidade, se perguntaram se a testosterona poderia suprimir o comportamento pró-social em coordenação com sua capacidade de aumentar a agressão contra intrusos.

O laboratório de Kelly concentrou-se nos efeitos neurais da ocitocina usando modelos experimentais de roedores, enquanto Thompson estudou os efeitos neurais dos esteróides. Ambos estudam hormônios que trabalham no cérebro para permitir que os animais mudem rapidamente seu comportamento em resposta às circunstâncias sociais.

Pensamos que pela primeira vez mostramos que, além da agressão, a testosterona pode promover diretamente comportamentos não sexuais e pró-sociais no mesmo indivíduo”, disse Aubrey Kelly.

"Isso foi surpreendente porque normalmente pensamos que a testosterona aumenta o comportamento sexual e a agressividade. Mas mostramos que ela pode ter efeitos mais sutis, dependendo do contexto social".


mulher cientista ao lado do microscópio

Aubrey Kelly, cientista responsável pelo estudo dos efeitos da testosterona no comportamento dos roedores. (Foto: Reprodução/Emory News Center)


O que diz o estudo

Os cientistas reuniram grupos de machos e fêmeas de gerbos da Mongólia, um roedor no qual os machos são agressivos no acasalamento, mas afetuosos com suas companheiras grávidas, na parceria e cuidado de seus filhotes. 

Os roedores decidiram acasalar e a fêmea ficou grávida. Como esperado, o macho tornou-se simpático e afetuoso com sua fêmea. Mas a questão era se esse comportamento permaneceria assim que os cientistas lhes dessem uma injeção de testosterona. Essa dose hormonal extra tornou os machos ainda mais afetuosos com suas companheiras do que os machos que não receberam as injeções.

Em seguida, o macho foi colocado ao lado de outro roedor. A hipótese era que a dose extra de testosterona tornava os gerbos mais agressivos, mas eles eram muito mais amigáveis ​​do que o grupo controle, que não havia tomado as injeções. Somente após uma segunda injeção de testosterona os machos agiram agressivamente, perseguindo ou evitando o "intruso".

Os pesquisadores concluíram que, como os machos tinham níveis elevados de testosterona quando estavam com suas parceiras, isso não apenas aumentava rapidamente as respostas sociais positivas a eles, mas também permitia que eles se comportassem de maneira mais sociável em outros contextos.

No entanto, a segunda injeção de testosterona logo fez com que mudassem de comportamento e se tornassem mais agressivos, o que é apropriado no caso de um intruso masculino. A proporção de testosterona, combinada com as ocitocinas, funcionaram como reguladores e balanceadores do comportamento dos gerbos.

"A testosterona parece melhorar o comportamento apropriado ao contexto", disse Kelly. "Parece desempenhar um papel na amplificação das tendências de ser simpático, protetor ou agressivo".

Com esse estudo é possível pensar sobre os efeitos da testosterona no corpo humano, para além da agressividade ou sexualidade. 

 

Foto destaque: Gerbos da Mongólia ficam juntos por muito tempo para criar seus filhotes. Foto: Reprodução/Aubrey Kelly/Emory News Center.

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