Existe um ideal moldado por filmes hollyoodianos e livros extremamentes romantizados de como ocorre o parto, pós-parto e convívio da mãe com o filho, um nascimento cheio de dor e recheado de muitos gritos com um pai emocionado acompanhado a esposa após um rompimento dramática da bolsa seguido de uma correria para levá-la ao hospital, logo após toda essa emocionante cena, a mãe está magicamente rosada, feliz, recuperada, cabelos alinhados e feições angelicais, é quando recebe seu bebê em seus braços e lhe dá todo o amor e carinho que aguardou nove meses para dar.
Toda essa cena é muito bonita e dramática, mas, sinto informar, não condiz com a realidade, muitas vezes o parto é permeado por doses de sedativos e momentos não tão agradáveis, que podem culminar em uma mãe extremamente cansada ao receber seu filho no colo e que se sente um fracasso como mãe ao não estar totalmente disposta para ninar seu bebê, quando esse é um sentimento compreensível após o parto.
Relação entre mãe e filho tem muitas nuances (Foto: Reprodução/NestléBebê)
Todo esse processo é explicado pela ciência, muita ansiedade é gerada pelo momento perfeito com base em cenas montadas para a TV e cinema, e quando ela não é devidamente realizada é substituída por um sentimento de tristeza e decepção.
Esse modelo de maternidade pode ser prejudicial para a saúde mental das mães e ser um fator crucial para o surgimento da depressão pós-parto, ao mesmo tempo em que novas pesquisas apontam que a maternidade possui um efeito neuroprotetor no cérebro da mãe e ajuda a atrasar o surgimento de marcas da idade.
Além disso, é falsa a ideia de que existe um passo a passo a ser seguido para que a experiência de ser mãe seja completa, por exemplo, o ato de amamentar, do qual muitas mães são privadas, não implica em uma conexão automática ou a falta dela na relação mãe-filho.
Foto Destaque: Mãe e filho (Foto: Reprodução/ Bebemãe)