Saúde

Primeiro ano de pandemia registrou maior índice de mortes por álcool no Brasil desde 2010

Estudo do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool revela que o crescimento de 24% foi o maior dos últimos dez anos. O aumento de mortes pode estar relacionado à ofertas de leitos durante a pandemia.

15 Jun 2022 - 22h15 | Atualizado em 15 Jun 2022 - 22h15
Primeiro ano de pandemia registrou maior índice de mortes por álcool no Brasil desde 2010 Lorena Bueri

O primeiro ano de pandemia não registrou altos índices de mortes apenas do Covid-19. Segundo o estudo “Álcool e a Saúde dos Brasileiros – Panorama 2022”, realizado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) com base em dados do DataSUS, divulgado nesta terça-feira (14), 8.169 mortes totalmente atribuídas ao consumo de álcool foram registradas no Brasil em 2020.

As mortes totalmente atribuíveis ao álcool são aquelas que seriam evitadas caso não houvesse o consumo de bebidas alcoólicas. Exemplos de mortes causadas pelo álcool são: miopatia alcoólica, envenenamento por álcool, transtornos mentais e comportamentais ligados diretamente ao consumo excessivo de álcool, síndrome alcoólica fetal, entre outras.

O número divulgado representa um aumento de 24% em comparação com o total de mortes em 2019 (6.594). Se consideramos a média dos dez anos anteriores, de 2010 a 2019, o número registrado em 2020 ainda é maior, visto que a média desses anos foram 6.830 mortes. O estudo também mostra que o número de internações totalmente atribuíveis ao álcool caiu 15% no primeiro ano de pandemia em comparação a 2019.

Em entrevista a Rádio CNN o psiquiatra e presidente executivo do CISA, Arthur Guerra, relatou que o aumento expressivo dos números pode estar ligado ao período de isolamento proporcionado pela pandemia, que aumentou os casos de depressão e ansiedade, distúrbios capazes de levar ao alcoolismo e dependência química.

“Vimos uma mudança no padrão do consumo de álcool durante a pandemia. [...] Há quem bebia só no fim de semana e que começou a beber todas as noites; há quem bebia todas as noites e passou a beber durante o almoço também e houve a mudança no padrão de compra online de bebidas, com facilidade para jovens. [...] o isolamento também fez com que algumas pessoas ficassem mais depressivas, ansiosas e usassem o álcool como muleta.”, disse o psiquiatra.


Transtornos mentais e problemas emocionais podem levar ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas. (Foto: Reprodução/Blog Cella) 


Em relação a diminuição de internações, Guerra atribui a baixa dos números ao período pandêmico, onde quase todos os leitos eram destinados a pacientes com Covid-19. “[...] houve diminuição da oferta de leitos, e isto pode estar relacionado à alta do número de mortes”, explicou à CNN.

O maior crescimento no número de mortes totalmente atribuíveis ao álcool no Brasil em 2020 foi entre adultos de 35 a 54 anos (25,6%), seguido pela faixa etária de 55 e mais (23%) e de 18 a 34 anos (19,5%). Entre homens e mulheres o crescimento foi de 24% e 23% respectivamente.

Dados divulgados em março pela BBC News registram um aumento de mortes por consumo de álcool no primeiro ano de pandemia nos Estados Unidos e Reino Unido. Enquanto o país norte americano teve um aumento de 25,5% no número de mortes, que passou de 78.927 em 2019 para 99.017 em 2020, segundo pesquisa do Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo (NIAAA, sigla em inglês), o Reino Unido um aumento de 18,6% no número de óbitos por álcool, saltando de 7.565 mortes em 2019 para 8.974; esse foi o maior índice de crescimento registrado nos últimos 20 anos na nação.

Além da morte, o consumo excessivo do álcool pode levar ao desenvolvimento de algumas doenças, entre elas a gastrite, hepatite, cirrose, pancreatite, neuropatia alcoólica, ansiedade e depressão.

Foto Destaque: Happy hour é um dos momentos com mais consumo de bebidas alcoólicas no Brasil. Reprodução: Getty Images.

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