Com o aumento da gasolina, da energia elétrica e dos alimentos, este ano de 2022 deve apresentar outro grande impacto no orçamento dos brasileiros e na inflação: o reajuste dos preços de transporte público. Durante a pandemia, o aumento da tarifa do diesel, a redução do número de passageiros e a pressão para reajuste salarial de motoristas e cobradores joga a prefeitura em uma situação difícil. O setor vem pensando em duas soluções para essa situação: repassar o aumento de preço para o passageiro ou subsidiar o transporte.
De acordo com as empresas de transporte urbano, o déficit acumulado na pandemia alcança R$ 17 bilhões. Caso o reajuste fosse passado totalmente ao consumidor, significaria um aumento de 40% ou 50% na tarifa das passagens.
Transporte público. (Foto: Anderson Coelho/ Arquivo/ ND)
Em 12 meses até setembro, a inflação acumulada apresentou 10,25%. O reajuste das passagens de ônibus, trem e metrô podem interferir ainda mais no IPCA (índice de preço ao consumidor amplo) no ano seguinte. No entanto, conceder subsídio deverá afetar as contas públicas de prefeituras.
Alguns especialistas preveem um aumento de mais de 10% para o preço das passagens caso o reajuste seja repassado à população. Para André Braz, coordenador do Índice de Preço ao Consumidor do FGV/Ibre, a correção salarial dos trabalhadores da área de transporte deve chegar a dois dígitos, e que o diesel continuará subindo.
“São dois itens de peso que devem gerar um grande debate sobre o reajuste. A forma como o diesel afeta a família de baixa renda é pelo frete e pelo transporte público urbano. Em ano eleitoral a gente não costuma ver aumento de passagem, mas espero que haja algum reajuste, exatamente pela pressão que os aumentos do diesel vão exercer no custo.” Explicou André Braz, coordenador do FVG.
Foto Destaque: Transporte público. André Borge/ Agência Brasília.