Beleza

PCDs e a indústria da beleza: porque precisamos de mais produtos inclusivos

Com diversos movimentos de inclusão surgindo nos últimos anos, a indústria e o mercado da beleza têm tentado se adaptar a essa nova onda? Vem tentar entender um pouco desse cenário.

10 Jan 2023 - 17h00 | Atualizado em 10 Jan 2023 - 17h00
PCDs e a indústria da beleza: porque precisamos de mais produtos inclusivos Lorena Bueri

Acessibilidade é uma palavra-chave hoje em dia. Há alguns anos temos visto diversas discussões sobre o tema e a popularização das vozes de pessoas PCDs tem ajudado bastante a difundir mais conhecimento.

Para além da mobilidade, a acessibilidade é algo que deve ser trazida para todos os aspectos da nossa sociedade, principalmente na indústria da beleza. Por exemplo, uma base que é vendida em um recipiente de bisnaga ou pumps. Esse produto foi pensado para ser utilizado por todos os públicos? E quanto as pessoas com fraqueza muscular, elas serão capazes de usar esse produto? Ele é fácil de abrir e manejar? Perguntas como essas parecem ser questões simples, mas quase sempre esquecidas quando o assunto são cosméticos acessíveis.

Apesar dos esforços e da pressão para que esse ramo atenda as necessidades de pessoas com deficiência, essa mudança tem sido bem lenta. E não é por falta de público, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2019, o Brasil tem 17,3 milhões de pessoas, acima dos dois anos, com alguma deficiência. Isso representa cerca de 8,4% da nossa população.

Mas o que é um cosmético acessível? Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não são necessárias mudanças drásticas para que mais pessoas possam usufruir dos produtos que já existem no mercado. Pequenas mudanças já permitem uma inclusão significativa.

 

Quando pensamos em um produto inclusivo, a primeira questão é a embalagem. O peso e seu formato são essenciais para essa conversa, por exemplo: recipientes de vidro e paletas de sombras pesadas dificultam a utilização do produto por pessoas com mobilidade reduzida. A mesma coisa podemos dizer das máscaras de cílios e gloss com suas tampas de rosquear e embalagens lisas, que atrapalham na hora de segurar o produto. Além disso, temos também os frascos em spray e os borrifadores, recipientes nada acessíveis, mas muito usados, principalmente, em produtos de skin care.

A aplicação e textura dos produtos são outros pontos importantes quem devem ser considerados. Pincéis com diversos tipos de comprimentos e boas cerdas para ser fácil aplicar e espalhar o produto, além de maquiagens que não sequem rapidamente e que não borrem estão entre as questões a serem analisadas, antes da compra, por quem tem algum tipo de deficiência.


Marca Grace lançou em 2019 uma linha de acessórios com adaptações para pessoas com deficiência motora (Foto: Grace/Reprodução)


Mesmo sendo exceção, hoje existem algumas marcas que estão desbravando esse ramo pouco explorado do mercado da beleza. A Guide Beauty é a marca criadora da Guide Wand, uma ferramenta que auxilia na hora da aplicação do delineador. Já a Kohl Kreatives é especialista em acessórios de beleza para pessoas com questões motoras. Temos também a Rare Beauty, marca da cantora Selena Gomez, em que alguns de seus produtos são projetos para tornar a aplicação mais fácil e intuitiva, como é o caso do seu iluminador. Por fim, também vale mencionar a marca inglesa Grace, que em 2019 lançou uma linha de acessórios de maquiagem com adaptações para facilitar o uso dos produtos por pessoas com deficiência motora.

Foto destaque: Hoje existe um pensamento errado de que é necessário produzir maquiagem para um grande grupo homogêneo (Reprodução/Freepik)

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