No início deste ano o número de trabalhadores autônomos bateu recorde, porém a renda deles diminuiu 3%, em relação a esse mesmo período do ano passado, com um rendimento mensal de R$ 2.021 por mês.
Trabalhar por conta própria se tornou a única alternativa para muitas pessoas que perderam o emprego e não conseguiram encontrar outro. Porém, a maioria dessas pessoas se encontra trabalhando na informalidade, somente um a cada quatro brasileiros tem seu negócio cadastrado.
A esteticista Vanessa Sapucaia Lins trabalhava em escritório, em uma empresa de segurança, até 2021, mas a sua vida mudou completamente. Ela conta que perdeu seu emprego após um corte na empresa em que trabalhava e não conseguiu nenhum outro trabalho formal. Com isso, Vanessa conta que se interessou por cursos, se profissionalizou e começou a trabalhar por conta própria.
Outro relato é de Luciana, que perdeu seu emprego de cobradora e começou a vender roupas em uma área comercial de São Paulo. Ela explica que conseguiu vender bem na pandemia, porém quando as coisas voltaram a abrir o faturamento começou a cair. A vendedora acredita que essa queda seja porque as pessoas têm que escolher entre comprar roupa ou se alimentar, e acabam escolhendo comprar comida.
Vendedores ambulantes na praia (Foto: Reprodução/Pixabay)
Segundo o IBGE, a culpa dessa queda do rendimento é da inflação. Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílio, explica que, temos um maior contingente de trabalhadores, porém com menores rendimentos e que, por conta da inflação, acabam tendo uma maior queda em seus ganhos.
Para o economista Renan Pierre, o aumento desse trabalho informal é resultado da falta de fôlego da economia. Ele afirma que o Brasil voltou para um ritmo lento de crescimento do mercado de trabalho, pois “enquanto o país continuar crescendo a uma taxa muito baixa é bastante improvável que as pessoas possam contar com o emprego tradicional” nas palavras de Pierre.
Foto Destaque: Rua 25 de Mmarço no centro de São Paulo. Reprodução/Estadão Conteúdo