Segundo o documento publicado na terça-feira (30), a Taesa (TAEE11) adquiriu da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) licença para dar início a operação de três linhas de transmissão no estado do Rio Grande do Sul.
Essas instalações irão adicionar cerca de R$ 28 milhões em receita anual permitida (RAP), de acordo com as informações oferecidas pela empresa. O Sant'Ana, um ativo adquirido durante o leilão de transmissão que ocorreu em 2018, tem um RAP total de R$ 77,8 milhões para o ciclo atual de 2022-2023.
Prédio da Taesa no Rio de Janeiro (Reprodução/LexLatin)
E embora a Taesa, até pouco tempo atrás, era tida como favorita no setor elétrico de muitos analistas e investidores, agora começou a deixar a desejar um pouco nos olhos das corretoras e casas de análise. Em um relatório recente, por exemplo, a Genial deixou claro que está pagando caro no papel sem motivo, sendo bastante taxativa quanto a isso.
O lucro líquido de R$ 215 milhões oferecido pela Taesa, alta de 47% diante do mesmo período no ano passado, ficou dentro das expectativas da corretora, afirmando a qualidade operacional da empresa em termos de entregar o esperado na geração de valor.
Contudo, os analistas Israel Rodrigues e Vitor Sousa chamaram a atenção para três pontos importantes:
Dias atrás começou a circular rumores, indicando possível capitalização por parte da empresa, algo que seria negativo na visão da Genial, visto que os altos dividendos que a empresa tem pagado nos últimos anos faz com que a capitalização nesse exato momento possa parecer falha de uma gestão não-eficiente na alocação dos recursos da empresa, pois dilui a base atual de acionistas e dos custos de operação.
Na visão dos acionistas, a Taesa já é precificada, sendo negociada a um preço premium em relação aos seus semelhantes, mas sem bases superiores ou uma capacidade maior de execução que possa justificar esse preço elevado, tirando o pagamento de dividendos acima dos concorrentes.
Dentre seus semelhantes, a empresa é a mais "alavancada" (3,9x Dívida Líquida/Ebitda) em cenário de juro alto e com um leilão de transmissão prestes a acontecer. Junto disso, 60% da receita da empresa está ligada ao IGPM, que tem esfriado nesses últimos meses.
Foto destaque: Linhas de tramissão de energia sob céu azul. (Reprodução/Energes)