Um é consumido em telas grandes; o outro, em pequenas. Um possui documentários de quase três horas de duração; o outro, poucos segundos gravados pelo próprio celular, que podem ser produzidos em qualquer lugar. Um consome bilhões de dólares em capital para criar conteúdo; o outro recebe milhões de horas de programação praticamente de graça. Um é pago; o outro, gratuito e tem anúncios como suporte
“Você está realmente tentando capturar globos oculares e os globos oculares só podem estar em tantos lugares, certo?” diz o CEO da Data.ai, Ted Krantz.
A batalha não fica só entre Netflix e TikTok. Entre os OTT (serviço de mídia que faz distribuição de conteúdos pela internet), tem também os Reels do Facebook/Meta, Shorts do YouTube, Triller, Likee, Snapchat e muito mais. Entre os streamings, Disney + e HBO Max, Apple TV + e Peacock, Hulu, Amazon Prime e dezenas de outros.
Batalha entre streamings e os OTT. (Foto: Reprodução/Internet)
Apesar da recente queda de status, a Netflix, ainda é o gigante do streaming com mais clientes do que qualquer outro serviço OTT. E o TikTok, que acabou de ter o trimestre mais lucrativo de qualquer aplicativo, com receita de R$ 4 bilhões (US$ 840 milhões) no aplicativo, agora é claramente o player mais massivo em aplicativos de vídeo/sociais/entretenimento, apesar dos melhores esforços do YouTube e do Meta.
“A geração Z está gastando cerca de três vezes mais no vídeo de formato curto do que no OTT”, diz Krantz. “Essa é uma tendência realmente interessante. O TikTok pode passar para outras categorias com essa base muito leal e, em seguida, começar a tentar aumentar a monetização de acordo com as jogadas de assinatura maiores que estão no OTT.”
Além de jogos, OTT/streaming é a maior categoria em termos de gastos do consumidor em dispositivos móveis, compartilhou Data.ai em um relatório recente. Portanto, a visualização programada não está desaparecendo totalmente, e a Netflix e a empresa não são apenas para a tela grande na parede.
O desafio é que seu modelo de negócios – conteúdo caro para clientes pagantes – é muito mais intensivo em capital do que o TikTok, Meta ou Snapchat, enquanto constrói a partir de uma coleção mais limitada do que players estabelecidos como Disney ou HBO. Mudar para um modelo suportado por anúncios, com o qual a Netflix se comprometeu, levará tempo e foco, e tem o potencial de prejudicar o produto que conquistou mais de 220 milhões de clientes pagantes.
Foto destaque: Geração Z e os OTT. Reprodução/Getty Images.