Morreu na manhã desta quinta-feira (02) a apresentadora e jornalista Glória Maria, por complicações de um câncer no cérebro.
A notícia foi confirmada pela TV Globo, emissora pela qual a jornalista exercia a profissão desde os anos 70.
“Em 2019, Glória foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia, e metástase no cérebro, tratada cirurgicamente – inicialmente também com êxito. Em meados do ano passado, a jornalista iniciou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias. Glória marcou a sua carreira como uma das mais talentosas profissionais do jornalismo brasileiro, deixando um legado de realizações, exemplos e pioneirismos para a Globo e seus profissionais”, relatou a TV Globo em nota.
Glória Maria estava internada no hospital Copa Star, em Copacabana, no Rio de Janeiro, desde o dia 04 de janeiro. Em dezembro de 2022, a jornalista foi afastada da apresentação do “Globo Repórter” para cuidar de sua saúde.
Não é a primeira vez que a jornalista teria sido afastada de sua profissão por razões médicas. Glória chegou ficar afastada por quase dois anos da apresentação do “Globo Repórter” por conta, inicialmente, de uma licença médica para operar um tumor no cérebro, no final de 2019 e, depois por conta da pandemia da Covid-19.
Glória Maria nos anos 70. (Foto: Reprodução/Estadão)
Início de carreira
Nascida no Rio de Janeiro, Glória Maria Matta da Silva, era filha do alfaiate Cosme Braga da Silva e da dona de casa Edna Alves Matta. Estudou em colégios públicos, onde a jornalista aprendeu inglês, francês e latim. E era destaque em concursos de redação.
Enquanto cursava jornalismo na PUC-Rio, Glória chegou conciliar os estudos com o emprego de telefonista da Embratel.
Em 1970, a jornalista foi levada por uma colega pra ser rádio-escuta da TV Globo no Rio de Janeiro, onde trabalhou a vida inteira.
Jornalista Pioneira
Glória foi pioneira inúmeras vezes no jornalismo brasileiro. Glória foi a primeira repórter a entrar ao vivo e em cores, no Jornal Nacional, quando em 1977 mostrava o movimento de saída de carros em um final de semana na capital fluminense.
Ao “Memória Globo”, a jornalista relembrou que a iluminação para fazer o link ao vivo queimou faltando um minuto para a entrada ao vivo.
“Eu estava dura, rígida, porque não podia errar. Era a primeira entrada ao vivo. Faltavam cinco, dez minutos, era o técnico que ficava com o fone para me dar o ‘vai’. Quando a lâmpada queimou, faltava um minuto para a entrada ao vivo. O jeito foi acender a luz da Veraneio (carro usado pela emissora nas reportagens)”, relatou a jornalista ao Memória Globo.
Glória Maria também fez a primeira transmissão em HD da TV brasileira, em uma reportagem do “Fantástico” em 2007.
Pela TV Globo, Glória colecionou mais de 100 países visitados. Cobriu a guerra das Malvinas, em 1982, os jogos Olímpicos de Atlanta em 1996, e a invasão da embaixada brasileira no Peru por um grupo terroristas, em 1996.
Fez entrevistas com vários chefes de Estado, incluindo o ditador militar João Figueiredo do qual tinha um desafeto.
“Onde chegava, o ex-presidente dizia para a segurança: ‘Não deixa aquela neguinha chegar perto de mim’”, relembrou ao Memória Globo.
A jornalista também entrevistou as maiores celebridades mundiais como; Freddie Mercury, Madonna, Harrison Ford e Leonardo DiCaprio.
Glória Maria deixa duas filhas, Laura e Maria.
Foto Destaque: Glória Maria. Reprodução/Correio do estado.