Após um pico assustador de mortes causadas pelo covid-19, chegando a 4.211 vítimas em apenas um dia em 6 de abril de 2021, é de certa forma aliviante ver essa estática travada em 800 mortes diárias.
Devido a essa queda brusca, o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a maior causa dessa diminuição de óbitos é a vacinação, e que ela pode acabar com o "caráter pandêmico" da Covid-19. Queiroga ainda falou da possibilidade de mudar a classificação da doença para “endemia”, saindo da “pandemia”.
Falando de maneira leiga e sem entrar em termos técnicos, endemia é o termo usado para classificar doenças que são recorrentes, como a gripe, por exemplo, mas o sistema de está preparado para lidar com elas.
Ampola com vacina contra a covid-19 (Foto: Reprodução/Artem Podrez)
Todavia, o portal G1 consultou especialistas para essa questão, o grupo avaliou que essa mudança precisa ter mais cautela, e precisa ir muito mais além do otimismo e esperança para ser feita.
Os principais motivos para esse alerta dos cientistas, são a Ômicron, ainda em circulação, sua sub variante a BA.2, a necessidade de maior taxa de vacinação principalmente da terceira dose, sendo que só o estado de São Paulo chegou a 50% até agora, se comparado a outras endemias a quantidade de casos e mortes ainda é muito elevada.
Júlio Croda, infectologista também entrevistado pelo portal, afirmou que com a vacina, março deve ser o mês que diminuiria a onda do Ômicron.
"A gente vai sim caminhar para o fim da pandemia e isso vai ser mais tranquilo se a gente tiver maior cobertura vacinal. (...) Quando a letalidade reduzir, nós teremos um momento mais tranquilo e essa transição", afirmou o especialista.
Mas Croda também alerta que a taxa de mortalidade da Covid continua 2 a 3 vezes mais alta do que a influência, e ainda é necessário aumentar a quantidade de vacinados.
Foto Destaque: Globo terrestre usando mascára. Reprodução/Anna Shvets