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Milton Gonçalves além das telonas: O seu amor incondicional pelo esporte e pelo Flamengo

Apaixonado pelo futebol e rubro-negro fanático, Milton Gonçalves tinha orgulho de ser Flamengo, participava ativamente da vida política do clube, chegando inclusive a ser vice-presidente

30 Mai 2022 - 20h05 | Atualizado em 30 Mai 2022 - 20h05
Milton Gonçalves além das telonas: O seu amor incondicional pelo esporte e pelo Flamengo Lorena Bueri

O ator e diretor, Milton Gonçalves, faleceu hoje, nesta segunda-feira (30), aos 88 anos de idade, em decorrência de um AVC, sofrido ainda em 2020. Milton que é um dos atores mais marcantes da TV e cinema brasileiro e ficou marcado por papéis que interpretou nos anos 70 em diante, como por exemplo: “O bem amado” em 1973, "Pecado capital" em 1975 e “Sinhá moça” em 1986, a última o ator fez parte da refilmagem em 2006, inclusive, fazendo-o concorrer ao prêmio de melhor ator no Emmy Internacional daquele ano.


Milton Gonçalves em eleições do Flamengo. (Foto:Reprodução/Twitter)


Mas, Milton não era só a TV e o cinema, Milton era acima de tudo um símbolo do esporte, mais especificamente no Futebol: Rubro-negro fanático, apaixonado pelo “esporte bretão” e ativista das causas antirracistas no Brasil, também no meio esportivo. Milton Nascimento, nascido em Minas-gerais, foi para São Paulo muito novo e teve como grande primeira paixão o Corinthians, pois, segundo o próprio, o que o fez torcer para o clube paulista foi a representatividade de atletas negros na equipe, já que quando ele era mais jovem, não era comum ter negras ocupando espaços no futebol.  

“Muito cedo, muito pobre, fui para São Paulo. Um belo dia tive que escolher um time de futebol, então na minha cabeça, falando de coração, temos coisas racistas nesse meio. No Corinthians, tinha negros, nos outros times, não. Então, eu torcia para o Corinthians.” - Diz Milton Gonçalves ao SportTV, em entrevista.  

Mas, sua paixão logo mudou ao vir para o Rio de Janeiro. O grande ator conheceu o Flamengo, como ele dizia: “O mengão”. Apaixonado pelo Clube de Regatas do Flamengo, inclusive, jurando amor eterno, Milton não poupava palavras para declarar o seu amor pelo clube e, com isso, virando torcedor símbolo da torcida Rubro-negra, a qual lamentou bastante a perda do ator.  

“Vim para o Rio de Janeiro, estou aqui há muitos anos. Aqui é o mengão, o mengão é a minha felicidade.” - Em entrevista também ao SporTV.  


Reprodução: Twitter.


Milton, além de torcedor fanático, foi dirigente do clube. No triêno de Edmundo Silva, presidente eleito em 1999, o ator foi vice-presidente social, além disso era sócio emérito. Na história recente, Milton quase voltou a um cargo político no Flamengo em 2012, quando foi indicado para a vice-presidência da gestão de Ronaldo Gomlevky, chapa que depois retirou sua candidatura para apoiar a gestão de Eduardo Bandeira de Mello, uma das que mais obteve sucesso na história do clube.  Inclusive, na mesma entrevista para o SporTV, Milton revelou sua relação dentro do clube. 

“Meus filhos e netos vão lá e participam (atividades dentro do clube), e se não forem Flamengo, não são mais meus netos.” - declarou em entrevista.  

Vídeo na integra:



Em 2009, durante um clássico contra o Fluminense, Milton recitou no intervalo do jogo, trechos de um texto escrito pelo jornalista Artur da Távola, que mostrava o orgulho de ser Flamengo:

“Ser Flamengo 

Ser Flamengo é ser humano e ser inteiro e forte na capacidade de querer. É ter certezas, vontade, garra e disposição. É paixão com alegria, alma com fome de gol e vontade com definição. É ser forte como o que é rubro e negro como o que é total. Forte e total, crescer em luta, peleja, ânimo e decisão. 

Ser Flamengo é deixar a tristeza para depois da batalha e nela entrar por inteiro, alma de herói, cabeça de gênio militar e coração incendiado de guerreiro. É pronunciar com emoção as palavras flama, gana, garra, sou mais eu, ardor, vou, vida, sangue, seiva, agora, encarar, no peito, fé, vontade. Insolação. 

Ser Flamengo é morder com vigor o pão da melhor paixão; é respirar fundo e não temer; é ter coração em compasso de multidão. 

Ser Flamengo é ousar, é contrariar norma, é enfrentar todas as formas de poder com arte, criatividade e malemolência. É saber o momento da contramão, de pular o muro, de driblar o otário e de ser forte por ficar do lado do mais fraco. É poder tanto quanto querer. É querer tanto como saber; é enfrentar trovões ou hinos de amor com o olhar firme da convicção. 

Ser Flamengo é enganar o guarda, é roubar o beijo. É bailar sempre para distrair o poder e dobrar a injustiça. É ir em frente onde os outros param, é derrubar barreiras onde os prudentes medram, é jamais se arrepender, exceto do que não faz. É comungar a humildade com o rei interno de cada um. 

É crer, é ser, é vibrar. É vencer. É correr para; jamais correr de. É seiva, é salva; é vastidão. É frente, é franco, é forte, é furacão. É flor que quebra o muro, mão que faz o trabalho, povo que faz país.” 

Com tanto amor externado pelo clube, Milton sempre foi muito lembrado por trazer mais emoção com relação a esse texto, inclusive, foi chamado para representar a torcida rubro-negra novamente, uma década depois e emocionou toda a torcida. No jogo contra o Liverpool, em 2019, ano mágico do clube, no Mundial de clubes da FIFA, onde ele recitou outro poema que explorava o vínculo de massa da torcida com a equipe e que em certa parte dizia: a massa em polvorosa joga junto, ecoa, festa na favela. E quer o mundo de novo". 

Vídeo completo:


Reprodução: Twitter.


Flamengo e Corinthians, clubes nos quais Milton declarou sua torcida, prestaram suas devidas homenagens e emocionaram suas grandes torcidas nas redes sociais. 


Reprodução: Twitter.

Reprodução: Twitter.


O amor entre Flamengo e Milton foi tão marcante, que fez o clube ser lembrado no carnaval deste ano, dentro do sambódromo. A escola de samba, Academicos de Santa Cruz, levou a vida do ator para dentro da avenida, o homenagendo. Com isso, a escola destacou uma ala inteira para representar essa relação de amor com o clube.

 

 

Foto destaque: Milton Gonçalves interpretando o texto que homenageia a torcida rubro-negra. Reprodução: Twitter.

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