Saúde

Mieloma múltiplo: a doença rara que matou Cristiana Lôbo

Jornalista passou toda a pandemia em tratamento de saúde para amenizar os efeitos da doença., mas faleceu nessa quinta-feira após longa luta. Cristiana foi referência em cobertura política

11 Nov 2021 - 22h00 | Atualizado em 11 Nov 2021 - 22h00
Mieloma múltiplo: a doença rara que matou Cristiana Lôbo Lorena Bueri

Uma das maiores jornalistas do país se foi. Após um longo tratamento oncológico contra o mieloma múltiplo, um raro de câncer, a jornalista e colunista de política Cristiana Lôbo, 64, morreu nesta quinta-feira (11). O estado de saúde dela piorou após uma pneumonia. Cristiana estava internada no hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Mas que doença é essa?

É uma espécie de câncer na medula óssea, tecido encontrado no interior dos ossos (tutano) e responsável por produzir as células sanguíneas. A doença não tem cura e causa um processo de alteração genética das células sanguíneas chamadas de linfócitos de célula B, fazendo com que ocorra uma proliferação anormal e descontrolada. Segundo o oncologista André Murad, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) com o acúmulo, a medula vai sendo invadida. “Quando o câncer se instala e vai progredindo, as células fabricam substâncias que danificam diretamente os ossos", enfoca.

A fraqueza óssea constantemente causa fraturas patológicas, osteoporose e, em geral, um processo de destruição dos ossos, fazendo com que o tecido comece a liberar cálcio no sangue. "O excesso do cálcio no organismo pode provocar uma série de problemas, como alterações musculares, perda de apetite, constipação, confusão mental e até insuficiência renal. Muitas vezes se torna uma emergência médica", aponta.

Sendo um câncer que afeta células produtoras de proteínas, pode levar ao aumento de produção dessa substância, deixando o sangue viscoso e impactando na circulação, como por exemplo no cérebro, rins e pulmões. Além disso há a diminuição de produção das outras células, como glóbulos vermelhos, levando à anemia e causando sintomas como fraqueza e tontura. "Além disso, a baixa produção de glóbulos brancos, como os neutrófilos, pode prejudicar a imunidade e facilitar infecções", reforça Murad.

Embora raro, é o segundo tipo de câncer sanguíneo mais frequente na população. De acordo com Instituto Nacional de Câncer, 7.600 brasileiros recebem o diagnóstico por ano. Em maioria, os acometidos são pessoas com 65 anos ou mais. Os principais sintomas são dor óssea, anemia e insuficiência renal. "80%, 90% dos pacientes têm dores ósseas. “60% apresentam anemia por conta da infiltração na medula, que atrapalha na produção de toda parte vermelha do sangue", explica Vania Hungria professora de Hematologia da Santa Casa de São Paulo. 20% dos pacientes apresentam insuficiência renal. Por essa variedade de sintomas, o diagnóstico pode demorar. "As pessoas acham que dor nas costas é porque dormiu mal ou sentou errado. Por isso, [os médicos] não pedem exames e o paciente, muitas vezes, demora para ter diagnóstico porque ninguém pensa na possibilidade de ser um mieloma", ressalta.


O mieloma multiplo é um câncer raríssimo e sem cura. Mas há formas de amenizar seus efeitos. (Foto/Reprodução: Ag.Brasil)


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Trajetória brilhante

Cristiana formou-se em Comunicação Social pela Universidade Federal de Goiás.  Iniciou no jornalismo na Folha de Goiás na editoria de política no ano de 1978. Um ano depois, foi para o O Globo, em Brasília, sendo repórter setorista de vários ministérios por dois anos, logo depois fez a cobertura do Palácio do Planalto.  Em 1984, dedicou-se ao Congresso Nacional, conhecendo de perto o trabalho de cada deputado. Em 1986, Cristiana passou a ser assistente de Tereza Cruvinel na coluna Panorama Político, do jornal O Globo.

Em 1992, foi a vez de trabalhar com Ricardo Boechat. No mesmo ano, assumiu uma coluna no O Estado de S. Paulo, no qual ficou até 1998. De lá, passou a ser âncora do programa Fatos e Versões da Globo News. Foi comentarista do  Jornal das Dez, e do Hora Um da Notícia, da TV Globo. Cristiana ficou popular após integrar o quadro “Meninas do Jô”, no talk-show do humorista Jô Soares.

 

Foto destaque: Mieloma múltiplo: a doença rara que matou Cristiana Lôbo. Reprodução/Globo News Divulgação

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