Saúde

Março borgonha: mês de conscientização para o Mieloma Múltiplo

As células malignas destroem os ossos liberando o cálcio no sangue e os rins acabam sendo afetados, enrijecendo. Neste estágio avançado, o sistema imunológico está debilitado.

29 Mar 2022 - 16h00 | Atualizado em 29 Mar 2022 - 16h00
Março borgonha: mês de conscientização para o Mieloma Múltiplo Lorena Bueri

Março é o mês de conscientização para o Mieloma Múltiplo, um tipo de câncer do sangue silencioso igual à leucemia e linfoma. Entre as doenças do mesmo tipo, ele é o segundo com maior incidência no mundo, mas ainda é rara, pois seus sintomas são confundidos com outros. Segundo estudos realizados pela farmacêutica Sanofi, no fim de 2021, de 1.500 pessoas, somente 150 dos entrevistados conhecem alguém que teve o câncer.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) e professor de hematologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Uerj), Angelo Maiolino informa: “É preciso que o conhecimento da doença chegue a outras especialidades, como os ortopedistas, nefrologistas. Pela falta dele, o indivíduo acaba levando muito tempo para chegar ao hematologista ou oncologista que dará início o tratamento”. No Brasil, as vítimas recentes da doença foram a jornalista Cristina Lobo e o cineasta Arnaldo Jabor.

O câncer ataca áreas do corpo onde a medula óssea, responsável pela produção das células sanguíneas, é ativa. O mieloma acomete os plasmócitos e neles surgem anticorpos malignos, chamados de proteína M. Os únicos tipos de manifestação aparente são dores, anemias e fraturas. Em um terço dos diagnosticados clinicamente apresentam insuficiência renal, pois as células malignas destroem os ossos, liberando o cálcio no sangue e os rins acabam sendo afetados, enrijecendo. Neste estágio avançado, o sistema imunológico está debilitado.

É dado o nome de múltiplo porque as lesões aparecem em diversas partes do corpo como no crânio, caixa torácica, pélvis, coluna vertebral, ombros e quadris. O mieloma múltiplo é considerado um tipo raro de câncer sanguíneo, acometendo 750 mil pessoas em todo o mundo.


Mieloma tranportado na corrente sanguinea. (Foto: Reprodução/ Istockphoto)


O Instituto Nacional do Câncer (INCA) calcula cerca é de 4.580 casos por ano, chegando a 2,1 casos por 100 mil habitantes. Estima-se que 60% dos óbitos acontecem entre pessoas de 60 a 79 anos.

Ainda não existe uma política de rastreamento do câncer, assim como o câncer de mama. No entanto, a suspeita pode partir de alterações em exames sanguíneos como, por exemplo, hemograma. Outros tipos de exame também podem apresentar alterações que indicam a presença do mieloma, como o de urina, radiografia óssea, tomografia computadorizada, e ressonância magnética.

Não é comprovada a relação entre estilos de vida com surgimento do quadro, assim como o tabagista para o câncer de pulmão, no entanto, há fatores de riscos que podem agravar o surgimento como obesidade, o contato com agrotóxicos, como o benzeno e as dioxinas. Não há uma política de prevenção desse tipo de câncer justamente por ele ser silencioso e confundido com outros sintomas comuns, a chave é viver com saúde e reduzir ao máximo os riscos. Por outro lado, o tratamento do mieloma múltiplo vem melhorando a cada ano. O que antes a sobrevida do paciente chegava a 2 anos agora aumentou para 14.

O vice-presidente Maiolino ressalta que “(...) Temos medicamentos revolucionários de custo expressivo, mas que fazem muita diferença na qualidade e expectativa de vida do indivíduo. Com eles, possível controlar a doença, como se faz com o diabetes”. Um tratamento agressivo como quimioterapia tem sido substituída por outras abordagens customizáveis que miram exclusivamente no tumor desejado, como os anticorpos imunoterapia e monoclonais. O desafio agora é fazer com que essas novidades cheguem ao sistema público de saúde.

 

Foto destaque: Imagem computadorizada da ação do cancêr no inteiro do osso. Reprodução/Istock.

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