Graças à popularização de inteligências artificiais cada vez mais avançadas, foi anunciado nesta quinta-feira (4), pelo governo dos EUA, que haverá uma rodada de investimentos totalizando US$ 140 milhões com o intuito de promover o desenvolvimento de sete novos institutos de pesquisa focados em IA.
O tópico também foi abordado por Kamala Harris, a vice-presidente do país, em uma discussão envolvendo algumas das mais importantes companhias relacionadas à inteligência artificial, dentre elas Google, Microsoft, Anthropic e OpenAI (que criou o ChatGPT).
Kamala Harris em entrevista durante visita ao Instituto de Tecnologia em Atlanta, Georiga. (Reprodução/Getty Images)
"Tal como disse hoje aos CEOs de empresas no fronte de inovação de IA americana, o setor privado não está isento da responsabilidade ética, moral e legal de garantir a segurança de quaisquer produtos que venham a fornecer", disse Kamala, após reunião. "Toda empresa deve cumprir as diretrizes e leis existentes para proteger os cidadões americanos."
As empresas desenvolvedoras envolvidas na parceria também serão incentivadas a concordar que seus sistemas sejam testados e avaliados em um evento público conhecido como DEF CON 31, com previsão de ocorrer em agosto, nos EUA. A conferência será palco para pesquisadores de segurança online, desenvolvedores e outros profissionais de TI, de modo que seja possível compreender eventuais vulnerabilidades que os setores públicos e privado possam vir a enfrentar.
A responsável por esse investimento milionário é a Fundação Nacional de Ciência (NSF, em inglês), uma agência governamental e independente dos EUA que patrocina e colabora com a educação e pesquisa nos campos da ciência e engenharia como um todo. Somado aos sete novos institutos de pesquisa, os Estados Unidos terão, ao todo, 25 instituições relacionadas em território nacional.
O governo Biden anunciou, ano passado, um "Protótipo para uma Declaração de Direitos de IA", que trata-se de um conjunto de cinco princípios e diretrizes para auxiliar na criação do design, implementação e uso de sistemas automáticos para assegurar os direitos do cidadão americano neste novo momento em que estamos vivendo. Em fevereiro deste ano, Biden também assinou uma ordem executiva com o intuito de previnir o alastramento de preconceito e discriminação através das novas tecnologias.
Mas se o governo atual dos EUA parece preocupado com o desenvolvimento da inteligência artificial, não é sem motivo. Ao final de abril, um vídeo inteiramente gerado por IA foi compartilhado pelo comitê nacional Republicano como réplica às propagandas eleitorais visando a reeleição de Joe Biden. O vídeo retrata um cenário caótico de uma distopia futura, com crises tanto internas quanto internacionais, ocasionadas pela possível reeleição do presidente.
É seguro dizer que um dos principais objetivos desse investimento milionário é prevenir o aumento na disseminação de fake news que possam vir a causar problemas à segurança do país.
Foto destque: Reprodução/Alex Wong (Europa Press)