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Influência religiosa e fake news tem dificultado o avanço da vacinação

Capitais aplicam dose de reforço, mas há municipíos em que a vacinação estacionou em 20% e uma das principais causas são as fake news.

24 Jan 2022 - 10h01 | Atualizado em 24 Jan 2022 - 10h01
Influência religiosa e fake news tem dificultado o avanço da vacinação Lorena Bueri

Muitos municípios do país só conseguiram completar o esquema vacinal em 20% da população, enquanto as capitais do país já avança para a vacinação de crianças e aplica doses de reforço na população adulta.Segundo especialistas a desinformação, o acesso difícil a determinadas religiões e a influência de líderes religiosos são fatores que tem contribuído para o baixo índice de vacinação em determinados pontos do país.

Segundos dados de uma pesquisa, com última atualização em 8 de dezembro de 2021, feita pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fiocruz (Icict/Fiocruz), os maiores grupos de não vacinados estão concentrados no norte de Minas Gerais, Sul da Bahia e nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. 


Vacinação contra a covid-19. (Foto: Reprodução/EBC)


O estudo da Icict/Fiocruz também mostra que essas regiões que a vacinação tem baixo percentual, são também as regiões onde  o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é baixo também. 

Um dos pesquisadores do Instituto diz que “o Brasil  que está falhando na imunização é o Brasil esquecido, o das fronteiras, dos pequenos municípios” e completa dizendo que “são locais com pouca infraestrutura, sem estradas, recursos humanos escassos e orçamento pequeno. Além disso, há influência ideológica e de religiões”. 

Em Santa Maria das Barreiras (PA), o secretário de saúde Vanderley Oliveira diz que da população de 23 mil habitantes, 3 mil se recusaram a tomar a vacina. Segundo o secretário, ouve da população que a vacina “ainda é um experimento, que pessoas estão morrendo. E até que quem toma vacina vai para o inferno”. 

Enquanto governantes de alguns municípios fazem campanha de “recompensa” para incentivar à vacinação - disponibilizando prêmios para equipes que mais vacinassem, fazendo sorteio de celulares entre adolescentes etc. -, outros são vistos desrespeitando medidas sanitárias. 

É o caso do prefeito do município de Oiapoque (AP), com 27 mil habitantes tem apenas 23% de vacinados, que foi visto em bares e baladas descumprindo os cuidados recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O mesmo município faz fronteira com a Guiana Francesa onde existe um forte movimento anti vacina e acaba sendo influenciado também por esse fator. 

Foto destaque: Vacinação não passa de 20% em algumas localidades do país. Foto: Reprodução/Tânia Rêgo/Agência Brasil 

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