Harry Styles é a capa global da revista Rolling Stone nos meses de setembro, outubro e novembro. No total, são 14 capas com o artista, de edições que vão do Reino Unido à Coreia. Em entrevista, o britânico, de 28 anos, falou sobre sexualidade, ativismo, terapia, relacionamento, família e sua carreira que vem ganhando ainda mais notoriedade no ano de 2022.
Com o estrondoso sucesso da One Direction, boyband que fez parte dos 16 aos 21 anos de idade, Harry afirmou que esperava não se surpreender com mais nada em sua carreira, já que, segundo ele, já sabia o quão ‘louco’ tudo isso poderia ser. Porém, o ícone global do pop, como definiu a Rolling Stone, estava genuinamente errado. Em maio de 2022, quando realizou a primeira apresentação de todas as faixas do então recém lançado “Harry’s House”, com “As It Was” em ascensão, Harry notou o quão insanas as coisas ainda poderiam ser em seu percurso:
“Saímos do palco e eu entrei no meu camarim e só queria sentar sozinho por um minuto. Depois do One Direction , eu não esperava experimentar algo novo. Eu meio que senti, 'Tudo bem, eu vi como isso pode ficar louco.' E eu acho que havia algo sobre isso onde eu estava... não apavorado, mas eu só precisava de um minuto. Porque eu não tinha certeza do que era. Só que a energia parecia insana.”
Harry Styles para a Rolling Stone (Foto: Reprodução/Amanda Fordyce/Rolling Stone)
“As It Was”, o primeiro single do “HH”, é a música solo que mais rápido atingiu a marca de 1 bilhão de streamings no Spotify e é uma das canções mais populares de 2022. Com a faixa, o público de Harry vem mudando de “formulação”, já que agora, sua fã base também é constituída por uma quantidade considerável de homens:
“AIW com certeza tem o maior volume de homens que me parou para dizer algo sobre. Isso parece ser um comentário estranho pois não é como se homens fossem o objetivo, foi só algo que notei.”
Harry Styles para a Rolling Stone (Foto: Reprodução/Amanda Fordyce/Rolling Stone)
Porém, a fama não esconde seus lados obscuros. Principalmente quando se é um grande astro, que agora, além dos palcos, está presente nas telonas. Para Styles, é complicado notar que seus amigos e familiares se tornam “reféns” do Twitter pelo simples fato de ter contato com ele, e os comentários podem ser cruéis:
“É obviamente uma sensação difícil sentir que estar perto de mim significa que você está refém de um canto do Twitter ou algo assim”, diz. “Eu só queria cantar. Eu não queria entrar nisso se fosse machucar as pessoas assim.”
O cantor, no entanto, tem priorizado sua saúde mental, fazendo terapia uma vez por semana, já que, segundo ele, se cuida de sua parte física, também deve dedicação à sua mente.
“Eu me comprometi a fazer isso uma vez por semana. Sinto que me exercito todos os dias e cuido do meu corpo, então por que não faria isso com minha mente?”, disse. Com a prática, Harry tem aprendido o valor de ser vulnerável, descobrindo novas nuances e emoções de si mesmo.
“Muitas de suas emoções são tão estranhas antes de você começar a analisá-las adequadamente. Eu gosto de realmente me inclinar para [uma emoção] e olhar para ela no rosto. Não como 'Eu não quero me sentir assim', mas mais como 'O que é que me faz sentir assim?' ”
Harry Styles para a Rolling Stone (Foto: Reprodução/Amanda Fordyce/Rolling Stone)
Figura exuberante e de presença marcante nos palcos, como se Harry Styles, o astro pop, fosse um alter ego de Harry Edward, o britânico tenta manter sua vida privada de forma, literalmente privada. Completamente o contrário, Styles é discreto e preservado.
“Às vezes as pessoas dizem: 'Você só esteve publicamente com mulheres', e eu não acho que tenha com qualquer um. Se alguém tirar uma foto sua com alguém, isso não significa que você está escolhendo ter um relacionamento público ou algo assim.”
Os anos de 2021 e 2022 também serviram para evidenciar de maneira acentuada o talento de Harry para a atuação. Eros, em “Os Eternos” (2021), Jack, em “Don’t Worry Darling” (2022) e Tom Burgess, em “My Policeman” (2022), os dois últimos com datas de estreia marcada ainda para o segundo semestre do ano. Em “My Policeman”, baseado no romance homônimo de Bethan Roberts, Styles vive um policial gay em um contexto histórico em que era ilegal se apaixonar por pessoas do mesmo gênero. O drama contém cenas de sexo, que também foram abordadas no bate-papo de forma natural:
Harry Styles para a Rolling Stone (Foto: Reprodução/Amanda Fordyce/Rolling Stone)
“É obviamente muito insondável agora pensar: 'Ah, você não pode ser gay. Isso era ilegal'”, diz Styles. “Acho que todo mundo, inclusive eu, tem sua própria jornada para descobrir a sexualidade e ficar mais confortável com isso. Não é como 'Esta é uma história gay sobre esses caras serem gays'. É sobre amor e sobre perda de tempo para mim.”, começou. “Muito do sexo gay no cinema é entre dois caras, e isso meio que remove a ternura disso”, continua. “Haverá, eu imagino, algumas pessoas que assistirão que estavam muito vivas durante esse período em que era ilegal ser gay, e [Michael] queria mostrar que é terno, amoroso e sensível”.
Embora “Harry’s House” ainda esteja na flor da idade, já que foi lançado em maio desse ano, o cantor afirma está em processo de criação de seu sucessor: “Estou sempre escrevendo. Acho que todos nós estamos muito animados para voltar a isso, o que parece insano porque acabamos de lançar um álbum.”
Harry Styles para a Rolling Stone (Foto: Reprodução/Amanda Fordyce/Rolling Stone)
Após quase três anos de espera, o britânico retorna ao Brasil para realizar quatro shows esgotados no Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, no início de dezembro.
Foto destaque: Harry Styles para a revista Rolling Stone. Reprodução/ Amanda Fordyce/ Rolling Stone
