No último dia 17 de março, Lewis Hamilton completou sua passagem de dez anos pela Mercedes. Sua mudança foi uma surpresa, dado seu relacionamento de longa data com a McLaren (ele fez sua estreia na F1 em 2007) e o momento da equipe alemã em 2012: uma equipe de meio-campo. Mesmo assim, o casamento não poderia ter sido melhor: dez anos depois, eles somam 81 vitórias, 76 poles e seis mundiais. Agora heptacampeão, ele lembra o que passou quando decidiu mudar.
- Muitas pessoas me disseram que eu estava errado. Mas eu sabia que se não tivesse tomado a atitude, me arrependeria. Não pensei duas vezes, mas lembro de estar sentado na neve no Natal, olhando para montanhas congeladas e pensando: "Caramba! Espero que eu tenha tomado a decisão certa". Tive um momento de reflexão e pensei: "Já foi feito, então darei tudo de mim". Também pensei o quão incrível seria vencer na minha primeira temporada, algo que realizamos - recorda o piloto.
Hamilton financiou sua carreira em nome da McLaren em seis temporadas desafiadoras: de uma estreia brilhante e caótica a um duelo interno com Fernando Alonso e seu primeiro em 2008. Títulos de campeão e até desclassificação em 2009.
Dois anos depois, o britânico passou por um tortuoso 2011, punido e conflituoso ao lado de um colapso nos negócios com o pai Anthony Hamilton e uma vida pessoal tumultuada - em parte com o brasileiro Felipe Massa. No ano seguinte, 2012, a situação era mais estável: até o esperado anúncio de setembro.
- Claro que eu senti que era um risco! Quando você toma decisões, passa por mudanças e sempre será um risco. Mas eu sentiria como se não estivesse vivendo se não assumisse riscos, não me desafiasse constantemente, e aos que me cercam. Era uma sensação que eu tinha, queria algo novo. Eu estava entusiasmado em trabalhar com novas pessoas, entrar em uma equipe que passou por dificuldades e trazer tudo o que eu tinha aprendido para ver se eu poderia aplicar em outro lugar. Fiquei animado com os planos que ouvi que estavam sendo executados para fazer a equipe evoluir. Isso me trouxe a essa equipe incrível e essa jornada incrível em que estamos - continua o heptacampeão.
Rede Social do piloto britânico - (Reprodução/Instagram)
Só se tornou público há alguns anos que o falecido tricampeão Niki Lauda estava envolvido na contratação de Hamilton pela Mercedes. O austríaco, presidente não executivo da seleção alemã, foi fundamental para convencer os ingleses e a seleção.
Em 2020, um ano após a morte do ex-piloto, Hamilton detalhou uma conversa telefônica que teve com Lauda em 2012. A parceria já dava frutos na primeira temporada: o britânico conquistou sua primeira vitória em Grande Prêmio como piloto da Mercedes na etapa húngara.
Uma década depois, Hamilton é referência na equipe, com 16 anos de experiência na categoria, sete títulos mundiais, múltiplos recordes e promovendo a inclusão e a diversidade social, que agora divide com o jovem companheiro de equipe George Russell.
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No entanto, a dupla não recebeu crédito pelo domínio da Mercedes desde a introdução dos motores híbridos em 2014. Questões foram levantadas no ano passado, quando a equipe caiu do primeiro para o terceiro lugar devido a um conceito ruim das novas regras da F1. humor de Hamilton.
- Se não sinto que estou sendo desafiado, progredindo ou progredindo, é quando começo a pensar no próximo passo. Mas esse não foi o caso na última década. Acho que toda a equipe mudou, novas pessoas, nova estrutura, novas metas foram estabelecidas.
No início do ano, o oito vezes campeão de construtores, agora competindo com a Aston Martin, terminou no pódio na primeira corrida (Grande Prêmio do Bahrein) pela primeira vez em nove anos - a mesma situação do GP de Arábia Saudita, no ano passado.
Outra questão delicada é a diferença de resultados entre Hamilton e Russell; o veterano abriu mão de suas atuações na metade da temporada passada para testar o carro, mas não consegue se encontrar no restante de 2022., e viu o colega mais jovem marcar apenas o da Mercedes vitória em São Paulo.
Lewis Hamilton e George Russell no pódio do GP de São Paulo da F1 - (Reprodução/ GE)
No início deste ano, ele até admitiu que simplesmente não conseguia se dar bem com o W14, o carro de 2023. No entanto, Hamilton não abandona o discurso elástico:
- Mercedes me deu a capacidade de ser eu mesmo e ser aceito. Sabemos que não somos perfeitos, podemos sempre fazer melhor e é isso que estamos sempre a tentar fazer. Não temos um carro grande no momento, mas damos um passo de cada vez. Sabemos que podemos recuperar a liderança. Esta será a tarefa mais difícil que já enfrentamos juntos.
O contrato do heptacampeão com a Mercedes termina em dezembro. No entanto, a equipe e o próprio piloto não estão priorizando as negociações contratuais neste momento, mesmo considerando o acordo garantido.
Foto Destaque: Primeira foto oficial de Lewis Hamilton como piloto Mercedes na F1, em fevereiro de 2013 (Reprodução/GE)