Encontrados no Rio Grande do Sul há 20 anos, pequenos fósseis foram confirmados como sendo os mais antigos mamíferos do Planeta Terra. Um grupo de pesquisadores brasileiros e ingleses publicou no último dia 6 um artigo no Journal of Anatomy, da Inglaterra, a respeito da descoberta. Os fósseis, que foram achados em rochas do período Triassico/Noriano, de 225 milhões de anos, são de cinodontes, que foram batizados como Brasilodon quadrangularis. Os pequenos animais tinham somente 20 centímetros de comprimento e cerca de 15 gramas.
Até esta pesquisa, os animais foram descritos como “parecidos com pequenos roedores”, sendo de natureza biologia reptiliana, colocando ovos para se reproduzir. Mas, os paleontólogos, provaram com base principalmente, na análise feita nas mandíbulas e dentes dos brasilodotideos, que os mesmos eram animais peludos endotérmicos que produziam ninhadas com filhotes vivos, que eram amamentados pelas mães.
Réplica feita do Brasilodon quadrangularis (Foto:Reprodução/O Globo)
“Estas são as características básicas que hoje encontramos entre o maior grupo dos mamíferos atuais: os placentários. Este era o mistério que se mantinha oculto por mais de 150 anos, desde a descoberta dos primeiros cinodontes nos anos de 1830 a 1850”, disse o paleontólogo Sergio Furtado Cabreira, doutor em Geologia pelo Programa de Pós-Graduação em Geociências da UFRGS durante sua explicação.
Inicialmente os fósseis foram encontrados em Faxinal do Soturno, Região Central do Rio Grande do Sul, sendo achados posteriormente também em outros pontos da região. Com estudos sendo realizados desde 2004 pelos pesquisadores, que produziram milhares de fotografias de histologia para estudar os dentes, a pesquisa pode enfim, comprovar que os mamíferos placentários são tão antigos quanto os primeiros dinossauros que existiram no planeta.
“Este inovador trabalho de biologia evolucionária pode trazer novas perspectivas para iluminar o cenário sobre a evolução e as dentições dos mamíferos”, declarou Sergio Cabreira.
Foto Destaque: Pintura feita do animal. Reprodução/Sci.news