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Fome no Brasil: moradores do Sertão de Pernambuco relatam sobre a dificuldade da insegurança alimentar

Famílias residentes da periferia de Petrolina, no sertão de Pernambuco, relatam a dificuldade da insegurança alimentar: 'a falta de comida dói muito'.

25 Jul 2022 - 11h33 | Atualizado em 25 Jul 2022 - 11h33
Fome no Brasil: moradores do Sertão de Pernambuco relatam sobre a dificuldade da insegurança alimentar Lorena Bueri

Famílias residentes da periferia de Petrolina, sertão de PE, passam por falta de alimentação, possuindo apenas a incerteza se terão ou não algum alimento durante o dia. Moradores do local relataram como é difícil a situação em que se encontram.

A primeira família a ser entrevistada foi a de Alane Maria da Silva, que mora com seu marido, dois filhos e irmão. A ocupação deles é em uma vila conhecida como Vila Santa Helena, na periferia do Sertão de Pernambuco, em Petrolina. A casa em que residem é feita de tábuas, possuindo um quarto, cozinha e banheiro que fica do lado de fora. A infraestrutura não é o único problema familiar, já que a fome faz com que tenham outras preocupações.

Nesta última sexta-feira (22), a família recebeu uma cesta básica durante uma ação social realizada na comunidade. Os moradores da residência, de manhã, se alimentaram de café preto e cuscuz; de tarde almoçaram arroz e macarrão, mas Alane comenta que “nem ovo tem”. A situação do alimento para a noite é uma dúvida por segundo a dona de casa, “às vezes tem, às vezes não”.


Cuscuz que alimentou a família de Alane. Foto: Reprodução/G1)


A gente aqui está passando um sufoco danado, só Deus na causa mesmo”, completou a mãe das duas crianças. Os três adultos da residência – ela, marido e o irmão – estão desempregados e recebem o auxílio Brasil, complementa seu relato dizendo que cozinha na lenha, “o gás está muito varo e não tenho condições de comprar”.

Em outra vila, conhecia como Vila Santa Fé há cerca de 50 famílias em situações iguais ou parecidas. Uma delas, é a família de Adriana Alvarenga, que mora com o marido e quatro filhos. Foram até o Sertão devido a uma oferta de emprego do marido, ao chegarem da cidade, abandonando São Paulo, se depararam com a promessa falsa. Hoje, os seis residem em uma casa de madeira alugada, com mensalidade de R$ 150, pago através do auxílio que Adriana recebe.

Nem morar em barraco é problema, mas a falta de comida dói muito”, comentou Adriana também: “me esposo foi tentar conseguir arroz”. O marido de Adriana trabalha como pintor e pedreiro, além de estar em busca de outros empregos. A vida da família não é fácil, pois além da incerteza alimentar, uma das crianças, de 11 anos, possui um diagnóstico de problema psiquiátrico, a mãe relata não poder trabalhar devido aos cuidados que tem que dar para a filha. Ao menos, exclama em leve felicidade, que o tratamento no local é disponibilizado e consegue levar sua filha para avaliação e cuidado profissional.


Adriana e suas filhas. (foto: Reprodução/G1)


A fome no Brasil

Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado no dia 6 de julho, há cerca de 60 milhões de brasileiros que sofrem com algum tipo de insegurança alimentar. O número quase dobrou durante a pandemia.

Os dados vem do 2° Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de pesquisa em soberania e segurança alimentar nutricional.

 

Foto Destque: Grupo de caridades no sertão. Reprodução/Folha UOL

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