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Fabio Galindo: Exemplo da nova geração de executivos do Brasil

Fabio Galindo é um ser exótico na fauna da Faria Lima. Como ele mesmo diz, um “improvável”.

15 Jul 2022 - 14h13 | Atualizado em 15 Jul 2022 - 14h13
Fabio Galindo: Exemplo da nova geração de executivos do Brasil Lorena Bueri

Quem o escuta falar, com conhecimento e domínio dos temas de governança, estratégia e finanças, imagina estar diante de um legítimo business man formado nas escolas de negócios americanas. 

Há quem diga que a desenvoltura do jovem executivo vem do seu DNA, pois a família foi pioneira na década de 80 na área de educação e construiu o que é hoje o maior grupo educacional do país, a Cogna Educação. Seu primo, Rodrigo Galindo foi CEO por mais de uma década do grupo, e hoje é Chairman da Companhia. 

Mas Fabio Galindo adverte logo de início: “Minha história de vida é bem diferente e começou bem longe do glamour da Faria Lima. Suor, muito estudo, trabalho duro, e uma bela dose de sorte foram os ingredientes que me trouxeram até aqui”. 


Fabio Galindo (Foto: Reprodução/Divulgação)


Filho de família do interior de São Paulo, de origem humilde, pai engenheiro e mãe professora, formou-se em direito e começou a vida profissional como Promotor de Justiça, aprovado em 1 lugar do concurso com apenas 23 anos, foi o Promotor mais jovem do Brasil. Foi também Secretário de Estado de Segurança Pública e Subcorregedor Nacional do Ministério Público durante sua passagem na vida pública, até 2016. 

Aos 36 anos, em ato de coragem que revela muito de seu perfil, deixou estabilidade, um cargo importante e vitalício para trás e pediu exoneração da carreira, se lançando no mundo dos negócios. Antes de começar a atuar, foi estudar nos Estados Unidos e descobriu a governança corporativa como ambiente de definição da estratégia corporativa e, por isso, poderosa  ferramenta de construção de valor. 

Na vida corporativa Galindo é considerado um talento raro. Disciplinado, dotado de um pensamento estratégico afiado, encaixou como uma luva na posição de Presidente do Conselho de Administração da Aegea Saneamento, hoje a maior empresa do Brasil no segmento. Com acionistas nacionais e estrangeiros, do quilate de Banco Mundial e GIC (Fundo Soberano de Cingapura) liderou, pelo Conselho de Administração, um dos maiores cases de transformação e crescimento empresarial do país, construindo com o time de executivos um dos mais espetaculares casos recentes de crescimento exponencial. A AEGEA saltou, em 4 anos, de 4 player para líder absoluta do mercado com mais de 50% do market share sob seu domínio. 

Detalhe que chama a atenção é que, durante sua gestão na presidência, Galindo sempre foi apoiado integralmente por conselheiros experientes, verdadeiros medalhões do mundo corporativo. “Galindo tem uma capacidade de liderança impressionante. Liderou a empresa com humildade e pelo exemplo: Era o homem certo, no tempo certo, e no lugar certo”, conta um colega de Conselho da Aegea. 


Fabio Galindo (Foto: Reprodução/Divulgação)


O jovem talento assumiu a posição na virada de 2018/2019. Na época, a empresa atuava em 57 cidades, com 4.000 colaboradores, atendendo 7 milhões de pessoas e EBITDA de 700 milhões. Atualmente a AEGEA atua em 154 cidades, com 8.300 colaboradores, atendendo 21 milhões de pessoas 12 estados, crescimento de EBTDA superior a 20% em todos os quarters. No ano de 2021, a Companhia viveu seu ano dourado: realizou uma das maiores operações de equity do país (venda de participação de 12% à Itausa), venceu o maior leilão de saneamento da história do Brasil, o ativo da CEDAE/Rio de Janeiro, blocos 1 e 4, e recentemente, apesar de todo o mau humor do mercado, a AEGEA emitiu com sucesso green bonds de 500 milhões de dólares no mercado americano, com metas sustentáveis: o sustainability-linked bond. Foi uma das maiores operações do mundo em tema de finanças sustentáveis. 

Sobre a jornada na Aegea, Galindo destaca dois pontos: “O mais importante disso tudo é o impacto de todo esse trabalho na vida das pessoas, isso é incrível, gratificante, motivador. Saber que um trabalhador pode tomar um banho depois de um dia exaustivo de trabalho, uma criança tem acesso a água de qualidade em casa para seu crescimento  saudável, e os corpos hídricos do país recebem milhões dd litros de esgoto tratado, e que nos participamos disso, é especial. E outra coisa importante: Ninguém faz nada sozinho. Uma empresa é uma orquestra, uma sintonia fina de instrumentos individuais, mas complementares. Quando acionistas, Conselho e um management competente miram um alvo certo e mantém disciplina na execução da estratégia, o resultado acontece”. 

Deixando a presidência do Conselho entregando resultados expressivos, trocando a dedicação full time para part-time, mas ainda no board da holding, Galindo abre espaço para se dedicar a novos projetos. 


Fabio Galindo (Foto: Reprodução/Divulgação)


Hoje Galindo é figura conhecida dos principais banqueiros, empresários  e investidores do país. Jovem, carismático e bem articulado, é convidado frequente de vários grupos de empresários que se reúnem para discutir os rumos e o futuro do Brasil. 

Galindo prefere manter discrição sobre suas relações e humildade na fala. “A vida é muito generosa comigo. Tenho sorte.Viver nesse ambiente corporativo intenso de São Paulo, com interações globais, é uma escola. Sou novato nessa fauna, aprendo a cada dia”. 

Sobre os próximos passos, Galindo da a direção do que pretende fazer. “Tenho me interessado e estudado sobre investimentos de impacto, os grandes contornos da Nova economia e o enorme desafio da sociedade contemporânea no tema das mudanças climáticas. O Brasil tem uma vocação natural para liderar essa agenda global. Temos uma matriz energética limpa, o estoque mais valioso de florestas e biodiversidade do planeta. Olhando a história do capitalismo nos últimos 100 anos, e projetando o futuro nas próximas três décadas, acredito que hoje vivemos, exatamente, um intenso período de transição econômica para um novo capitalismo, fundado em valores ESG. Estamos exatamente sobre o turning point do capitalismo, e os early adopters vão liderar essa agenda global em pouco tempo. Empresas e executivos que se adaptarem rápido, ajustarem o mindset e a estratégia, devem pular na frente. Essa visão de mundo sera um enorme diferencial competitivo. Já vemos grandes corporações e o capital (fundos de Investimentos e grandes bancos) se mexendo nessa direção. Como país jovem e uma vocação natural impressionante, temos um potencial enorme para sermos líderes dessa agenda mundial de transição para uma economia de baixo carbono. Vou dedicar meu tempo e minha força de trabalho em um negócio que tenha  ambição de alto impacto e em escala global”, contou ele.

Nesta breve mas intensa jornada privada, aprendi duas coisas centrais que me acompanham: a primeira é que um time competente, movido por um propósito forte e orientado  por uma boa estratégia é capaz de coisas incríveis. A segunda é que resultado é algo multidimensional, portanto lucro e propósito podem (e devem)coexistir. Em essência, a verdadeira alma dos negócios não é a propaganda, é a sua potência transformadora, de pessoas, de cultura, de visão de mundo e de postura”, afirma ele.

 

Foto destaque: Fabio Galindo. Reprodução/Divulgação

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