Na noite da última quinta-feira (6), a Força Aérea Brasileira (FAB) fechou novamente os corredores aéreos na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A ideia do governo federal é tornar mais rápido a saída dos garimpeiros. No início a previsão era de que esse prazo finalizaria em 6 de maio. Anteriormente, o espaço aéreo na região havia sido fechado em 1° de fevereiro, porém foi reaberto no dia 12 do mesmo mês. A iniciativa foi adotada no início da ofensiva do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para enfrentar uma crise humanitária na população indígena.
As aeronaves que descumprirem os requisitos e regras estabelecidas estarão sujeitas a medidas de policiamento do espaço aéreo. Foto: Reprodução/ CECOMSAER
O espaço aéreo foi aberto para permitir a saída de forma coordenada e espontânea dos garimpeiros que atuam de forma ilegal na extração de mineiro de reserva. A FAB decretou uma área de identificação de Defesa Aérea (Zida) no espaço aéreo, fragmentada em três áreas: uma reservada (Área Branca); uma restrita (Área Amarela); e uma proibida (Área Vermelha), esta última corresponde a reserva. As aeronaves que não respeitarem as normas impostas estarão passíveis a medidas de policiamento do espaço aéreo.
Só possuem permissão para voar nas áreas as aeronaves militares ou aquelas a serviço de órgãos públicos que tiverem ligação com a operação Yanomami, desde que previamente submetida ao processo de autorização de voo. As regras estão normatizadas pela FAB por meio de NOTAM (Notice to Air Missions), que mantém a comunidade aeronáutica informada sobre a operação.
O controle aeroespacial durante a operação será capitaneado pelo Comando de Operações Aeroespaciais (Comae), responsável por conduzir os meios aéreos necessários para identificação, coerção ou detenção dos tráfegos que estiverem voando na área.
O governo federal decretou estado de emergência no dia 20 de janeiro para combater a ausência de assistência sanitária que atinge a etnia de Roraima. A crise sanitária resultou no óbito de crianças por desnutrição e questões sanitárias. De acordo com dados da Fundação dos Povos Indígenas (Funai), a terra Yanomami abrange 9,6 milhões de hectares e sua população distribui-se em sete cidades brasileiras.
Foto Destaque: FAB fecha corredores aéreos na terra indígena Yanomami. Reprodução/Veja