A sociedade atual é repleta de padrões de beleza, os quais na maioria das vezes são inalcançáveis. A cultura moderna é obcecada pela ideia de juventude, por isso a velhice chega bem antes dos 60 anos. Consequentemente, o preconceito etário está se tornando cada vez mais comum na sociedade; entretanto, muitas vezes esse tipo de preconceito passa despercebido.
Em “A Velhice” (1970), Simone de Beauvoir, filósofa e feminista francesa, escreve “Dentro de mim, está a Outra – isto é, a pessoa que sou vista de fora – que é velha: e essa Outra sou eu”. Essa outra representa a mulher moderna que luta pela sua liberdade de envelhecer, sem ser julgada pelos membros da sociedade.
Jovem e mulher de idade (Foto: Reprodução/Divulgação)
Movimentos, como o aging with power, propõem um novo olhar para a longevidade feminina. Segundo Layla Avallias, consultora e co-fundadora da Hype50+, com o aumento da expectativa de vida da população, as mulheres da faixa etária de 55 a 65 anos são a primeira geração a atingir a maturidade com pais e mães ainda vivos. Ainda de acordo com Avallias, o fato delas não serem as pessoas mais velhas da família tem um grande impacto na percepção sobre o próprio envelhecimento.
Fran Winandy, consulta e autora do livro “Etarismo – Um Novo Olhar para um Velho Preconceito” afirma que “A idade subjetiva parece ter consequências sobre o processo de envelhecimento, e, talvez, a mais instigante seja o fato de que sentir-se jovem faz com que as pessoas se comportem como se efetivamente rejuvenescessem, compensando as implicações negativas do etarismo, aumentando os níveis de satisfação com a vida e a longevidade”.
As indústrias da moda e da beleza já começaram a reformular esses conceitos antigos. A beleza não uma característica exclusiva da juventude, e a luta pela liberdade de envelhecer em paz não é sinônimo do abandono da vaidade.
Foto destaque: Rostos de mulher jovem e mulher mais velha. Reprodução/Divulgação