Saúde

Entenda a relação entre comediante e depressão

Segundo especialistas, dar risada garante benefícios à saúde, mas fazer rir é outra história. Contar a mesma piada por 10 ou 20 vezes não é garantia absoluta de relaxamento e bem-estar.

17 Abr 2022 - 14h30 | Atualizado em 17 Abr 2022 - 14h30
Entenda a relação entre comediante e depressão Lorena Bueri

A depressão, misto de tristeza com falta de disposição, foi considerado a doença do século pela revista Times e, com ela, a cada dia, temos em redes sociais mais celebridades que declaram estar com o distúrbio mental. Whindersson Nunes, Felipe Neto, Chico Anysio, Jim Carrey e Robin Williams são alguns dos nomes no mundo humorístico que declarava ter a doença. Uma pessoa desavisada pode achar estranho esta relação de profunda tristeza com pessoas que fazem humor, seja em filmes de cinema ou em vídeos para YouTube, mas esta correlação é mais comum do que se pensa.

Assim como é descrito na obra do britânico quadrinista Alan Moore, Watchmen, a metáfora do ‘palhaço triste’, em que vai ao médico pedindo ajuda para sua tristeza incurável, parece uma história tanto trágica, quanto tétrica. Mas, afinal de contas, rir não é o melhor remédio? O psicanalista Christian Dunker, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e coautor do 'O Palhaço e o Psicanalista', nos ajuda nessa questão: “Dar risada garante benefícios à saúde, mas fazer rir é outra história. Contar a mesma piada por 10 ou 20 vezes não é garantia absoluta de relaxamento e bem-estar”.


Ouvi uma piada uma vez: o homem vai ao médico. Diz que está deprimido. Diz que a vida parece dura e cruel. Diz que se sente sozinho em um mundo ameaçador, onde o que está à frente é vago e incerto. O médico diz: O tratamento é simples. O grande palhaço Pagliacci está na cidade hoje à noite. Vá e veja ele. Isso deve animá-lo. O homem começa a chorar. Diz: 'Mas doutor... eu sou Pagliacci. (Foto: Reprodução/Alan Moore/Watchmen)


Já a conselheira da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e portadores de Transtornos Afetivos, Alexandrina Meleiro, esclarece o mistério entre a depressão em comediantes: “Boa parte dos comediantes enveredam pelo humor como válvula de escape. Ainda garotos, criam apelidos, contam piadas e fazem imitação só para chamar atenção dos outros. No colégio, são os ‘palhaços da turma’”.

A depressão não é detectável através de exame clínico, por meio de exame de sangue e chapas de raio-x e ainda segue sem diagnóstico correto e tratamento adequado. A depressão é considerada problema grave de distúrbio mental, pois pode levar o paciente a cometer suicídio, assim como já relatado na história pelo americano Robin Williams e o brasileiro Fausto Fausti.

No início de janeiro de 2022, os seguidores do influenciador Felipe Neto acordaram com a postagem que o humorista desabafa estar ‘no fundo do poço’ por causa do quadro e faz uma comparação de como é “enfrentar a doença sozinho é como entrar em campo sem goleiro contra o Flamengo ou o Corinthians. 'Você não vai vencer'”.

Outro caso nacional é de Whindersson Nunes, de 23 anos. O humorista e YouTuber dedica um capítulo de sua autobiografia, 'Vivendo como um Guerreiro', para falar um pouco sobre. O ator e humorista Jim Carrey, de 60 anos, declarou publicamente que sofria da doença em 2004, numa entrevista para CBS News. Em 2017 declarou que voltou a enfrentar os ‘seus demônios’, mas que hoje já sabe como aliviar os sintomas através da pintura.

 

Foto destaque: Robin Willians cometeu suicídio em 2011. Reprodução/Pinterest.

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