Em janeiro de 2022, o americano David Bennett tornou-se a primeira pessoa a ser transplantada com um coração de porco geneticamente modificado, o paciente era considerado inelegível para receber um coração humano pois estava com a saúde muito debilitada, então concordou em receber o coração suíno experimental.
No entanto, David faleceu algum tempo depois de causas ainda não divulgadas, o corpo passou por exames para a equipe médica responsável entender melhor o que aconteceu no organismo do paciente, os especialistas pretendem publicar os resultados em uma revista médica.
O caso renovou a esperança de alternativas para longas filas de espera de transplantes e pode abrir precedentes para uma nova técnica inovadora que está passando por diversos testes e estudos: Os corações híbridos.
Na última quarta-feira, a Dra. Doris Taylor, diretora de pesquisas de medicina regenerativa do Instituto do Coração do Texas, até 2020, apresentou durante a conferência “Life Itself” uma estrutura desenvolvida a partir de um coração suíno e células-tronco humanas de forma que a rejeição do corpo humano torna-se bem mais inviável.
Primeiro transplante de coração de porco para ser humano realizado em janeiro de 2022. (Foto: Reprodução/TecMundo)
Taylor apresentou ainda BAB, um robô programado para injetar células-tronco em uma massa branca chamada de “coração fantasma” que, durante a aplicação, ia ficando rosado. De acordo com a pesquisadora, caso os corações forem bem-sucedidos nos próximos exames clínicos a necessidade do uso de drogas que evitariam a rejeição do órgão diminuiria, uma vez que as próprias células do paciente podem ser utilizadas no processo, reduzindo significativamente os custos do processo e melhorando a qualidade de vida do transplantado.
Taylor resolveu utilizar corações de porco pela sua semelhança anatômica com os dos seres humanos, a partir dele, todas as células são “lavadas” resultando em uma estrutura translúcida que ela chama de “coração fantasma” que é infundida com células de vasos sanguíneos durante algumas semanas, dessa forma, os vasos sanguíneos do coração são restabelecidos.
A partir daí, as células-tronco humanas são injetadas em várias regiões do coração e estimuladas por meio de eletricidade para induzir seu crescimento, gerando conexões entre si, após cerca de um mês a estrutura começa a bater como um coração natural, o coração recebe sangue artificial e é oxigenado por meio de pulmões artificiais
Taylor acredita que no futuro as pessoas vão guardar algumas células-tronco enquanto estiverem jovens para conservá-las, retirando-as apenas quando for necessário desenvolver algum órgão para transplante.
Foto Destaque: Coração híbrido desenvolvido a partir de órgão de porco e células-tronco humanas. Reprodução/CNN