Por 18 anos, a Warner Bros e o diretor Christopher Nolan possuíam uma parceria bem sucedida para a produção e distribuição de filmes, mas com o lançamento de TENET, a relação entre o cineasta e o estúdio ficou estremecida. O próximo projeto do diretor será uma drama de guerra sobre a criação das bombas atômicas na 2ª Guerra Mundial e o Deadline reportou que Nolan escolheu a Universal para produzir e distribuir o longa-metragem. O anúncio rompeu a relação de anos que o cineasta tinha com a Warner, expondo uma série de problemas de relacionamento entre ambos que foi detalhado pela Variety.
Segundo o site, devido à pandemia da Covid-19, a Warner adiou TENET em três ocasiões até que uma data de lançamento foi firmada para setembro de 2020. Os executivos do estúdio temiam o possível fracasso do longa-metragem orçado em US$ 200 milhões, na época, grande parte dos cinemas norte-americanos estavam fechados devido a restrições contra o coronavírus. Ainda assim, Nolan pressionou o estúdio para lançar a obra na expectativa de que pudesse reviver a indústria cinematográfica, mas o resultado foi abaixo do esperado. O filme arrecadou modestos US$ 343 milhões nas bilheterias mundiais, dando um prejuízo de US$ 50 milhões para os cofres da produtora.
Christopher Nolan e John David Washington nos bastidores de TENET. (Imagem: Reprodução/Warner Bros)
O segundo motivo para a saída do cineasta foi sua posição negativa sobre lançamentos simultâneos no streaming e cinemas. Em maio de 2020, a Warner lançou o HBO Max, plataforma digital que reúne todo o conteúdo da empresa e em dezembro do mesmo ano anunciou que todo o seu catálogo de filmes inéditos de 2021 seria lançado no serviço simultaneamente aos cinemas. Defensor ferrenho da exibição cinematográfica, Nolan criticou a decisão da companhia, emitindo várias declarações provocativas, chegando até a chamar o HBO Max de “o pior serviço de streaming do mercado". Desde então, vários veículos de imprensa dos EUA especulavam se Nolan iria permanecer na Warner ou levaria seu próximo projeto para outro estúdio e a Universal Pictures foi a única a aceitar a lista de exigências imposta por ele.
De acordo com o The Hollywood Reporter, o acordo firmado prevê que o cineasta terá total liberdade criativa sobre a versão final do filme, um orçamento de US$ 100 milhões para a realização da obra e 20% dos lucros nas bilheterias. As cláusulas mais polêmicas foram relativas à distribuição nos cinemas, Nolan deseja que seu novo filme fique por pelo menos 100 dias em exibição nas salas de cinema, contrariando os 45 dias que estão em vigor em várias redes de cinema. Por fim, o estúdio não poderá lançar nenhum projeto novo durante um período de três semanas antes e após o filme de Nolan, evitando possíveis concorrências internas.
O novo filme de Christopher Nolan contará a história do físico Robert Oppenheimer, conhecido por ser um dos criadores das bombas atômicas que destruíram Hiroshima e Nagasaki no final da 2ª Guerra Mundial. O ator Cillian Murphy (Peaky Blinders) pode estar em negociações para se juntar ao projeto, mas um acordo formal ainda não foi finalizado. As filmagens estão previstas para começar no início de 2022 com uma possível data de lançamento para 2023 ou 2024.
Foto Destaque: Christopher Nolan em festival de cinema. Reprodução/Vianney Le Caer/Invision/AP
