Chaoyang, o distrito mais populoso de Pequim, anunciou nesta segunda-feira (13), três rodadas de testes em massa para reprimir um surto de COVID-19, que teve origem na última semana em uma casa noturna, localizada em área comercial, logo após a cidade flexibilizar as restrições impostas durante o surto mais recente do coronavírus, em abril.
As autoridades de saúde de Chaoyang disseram que, até agora, houve 166 casos confirmados ligados à contaminação coletiva que começou no bar ‘Heaven Supermarket’, na região de Sanlitun na última quinta-feira (9), e 145 deles haviam sido clientes do local no dia.
Os testes em massa deverão ocorrer nos próximos três dias no distrito onde o bar está localizado, informaram as autoridades em coletiva de imprensa. O número total de casos e mortes pela pandemia permanece extremamente baixo na China em comparação com muitos países ao redor do mundo.
Ainda assim, mesmo que grande parte do mundo tenha relaxado as normas de contenção, as autoridades chinesas mantêm sua política de “COVID zero”, tentando acabar precocemente com os surtos por meio de medidas que incluem restrições pesadas de fluxo de pessoas e testagem coletiva.
Xu Hejian, porta-voz do governo de Pequim, disse em nota que o atual surto na capital é "feroz”. "Atualmente, o risco de uma nova contaminação coletiva ainda existe. A tarefa mais urgente no momento é rastrear a fonte do contágio e também gerenciar e controlar os riscos", disse ele, acrescentando que Pequim deve evitar o surgimento de "amplificadores epidêmicos".
Controle da pandemia da COVID-19 em Xangai, China. (Foto: Reprodução/Aly Song/Reuters)
Dois edifícios que abrigam centenas de moradores em um complexo de Chaoyang foram colocados sob rigoroso bloqueio no domingo após um único caso positivo, disse um funcionário do comitê residencial à agência Reuters. Grandes barricadas de metal foram instaladas ao redor do complexo. Funcionários em trajes especiais carregando desinfetante entraram no prédio enquanto seguranças extras e policiais foram posicionados nas saídas.
Várias empresas próximas também foram colocadas sob bloqueio temporário com fita policial e pessoal de segurança trazido para vigiar as entradas. Alguns clientes e funcionários do salão ficaram presos por pelo menos dois dias enquanto as checagens eram realizadas, disse um funcionário do governo.
Alguns moradores de Pequim relataram que receberam vários textos recomendando que relatassem às suas organizações de bairro se eles tinham visitado bares em Sanlitun recentemente. Há uma semana, a mídia estatal informou que Pequim relaxaria ainda mais as restrições contra a COVID-19, permitindo refeições coletivas em ambientes fechados.
Em Xangai, sujeita a dois meses de bloqueio até o início de junho, as autoridades anunciaram uma rodada de testes para a maioria de seus 25 milhões de habitantes. Autoridades da cidade disseram aos repórteres que encontraram um sintomático e quatro casos assintomáticos a partir da tarde de domingo (12), após 10 novos casos sintomáticos locais e 19 casos assintomáticos locais terem sido detectados um dia antes.
A China relatou 275 novos casos de coronavírus em 11 de junho, dos quais 134 eram sintomáticos e 141 eram assintomáticos, informou a Comissão Nacional de Saúde. Não houve novas mortes, deixando a contagem total na pandemia em 5.226. Até sábado, a China havia confirmado 224.781 casos com sintomas.
Foto destaque: Novo surto de coronavírus preocupa população chinesa. Reprodução/Reuters
