Empreendedorismo

“Bola da vez” no mercado corporativo, ESG deve ir além do discurso

Conceito se popularizou nas empresas, mas em muitos casos não passa de ações isoladas

01 Fev 2023 - 10h30 | Atualizado em 01 Fev 2023 - 10h30
“Bola da vez” no mercado corporativo, ESG deve ir além do discurso Lorena Bueri

Em um mundo corporativo no qual a necessidade de adotar uma conduta sustentável é cada vez maior, vem crescendo o número de empresas que são -- ou ao menos se declaram ser - praticantes do ESG, sigla em inglês para as palavras Environmental, Social e Governance (meio ambiente, social e governança). Porém, existe uma diferença importante entre ser adepta a esse modelo de gestão e implementá-la, de fato, na rotina diária da companhia. 

Especialistas explicam que o ESG não pode ser compreendido como uma mera adequação promovida em um sistema administrativo, mas sim como a aplicação de uma nova filosofia política. E que precisa ser reconhecida pelos funcionários como um regime cujas ações práticas se consolidem como um espelho da transformação de mentalidade que norteia as decisões tomadas.

“O ESG praticado de forma correta pelas empresas seria aquele que alinha o discurso à prática corporativa, aquele que transporta o lema ‘missão, visão e valores’ do seu site institucional para a era da ação. Quanto aos exemplos de práticas equivocadas, seria dizer que já pratica o ESG porque faz filantropia, tem ações sociais, manual de conduta, mas na prática os colaboradores não enxergam e não acreditam nessa forma de divulgação”, afirma Caroline Palermo, coordenadora do MBA em ESG da Trevisan Escola de Negócios.

Um dos equívocos cometidos pelas empresas que fracassaram ao tentar implementar esse modelo de gestão, que se tornou a “bola da vez” do mercado corporativo, é acreditar que apenas melhorar a qualidade do seu espaço físico, beneficiando os seus colaboradores com isso, já a credencia para ser considerada uma companhia que é praticante deste formato de governança.

“Temos sido procurados com frequência por empresas que revelam esse propósito de mudar a estrutura do escritório com um projeto que, na sua visão, poderia ajudá-la a implementar o ESG, mas um escritório ‘bacana’ não faz dela uma companhia que age de acordo com esse modelo de gestão”, ressalta a arquiteta Erica Prata, diretora de operações da AKMX Arquitetura e Engenharia, companhia com 20 anos de experiência no mercado corporativo. “A arquitetura é uma aliada. Mas, para uma empresa ser considerada uma legítima praticante do ESG, ela tem que ir além e realizar ações que produzam um impacto social e ambiental na comunidade na qual ela está inserida”, completa a representante da AKMX.

Caroline Palermo, por sua vez, destaca que a implantação bem-sucedida desta filosofia de governança sustentável só é possível se o comando maior da empresa cumprir com os preceitos exigidos para a prática desse modelo. “O erro é sempre tentar começar pelo departamento de marketing sem que a alta gestão esteja plenamente comprometida com os pilares ESG”, enfatiza a especialista.

47% dos brasileiros não associam o ESG a nenhuma empresa
Uma pesquisa recente divulgada pelo Google, realizada em parceria com a plataforma MindMiners e o Sistema B, ouviu três mil brasileiros com mais de 18 anos de idade, de todas as regiões do país, e apontou que 47% das pessoas deste grupo não conseguiram citar uma única empresa que adotasse a prática do ESG. Para completar, apenas uma de cada cinco entrevistadas pela gigante mundial de tecnologia disseram já ter ouvido algo sobre esse tema. Entretanto, 87% dos que receberam uma explicação sobre como é essa prática admitiram considerar que é importante as companhias adotá-las em sua administração.

Em meio a esse cenário de pouco conhecimento geral sobre o assunto, o professor coordenador dos cursos de Compliance Ambiental e ESG da Trevisan Escola de Negócios, Fabrício Soler diz que “não existe um manual-padrão” para a implantação desse modelo de gestão, mas aponta caminhos para atingir essa meta. “Cada empresa precisa construir uma matriz de risco para traçar suas vulnerabilidades e como mitigá-las, olhando para os pilares ambientais, sociais e de governança corporativa, mas claro que existem fatores comuns, como por exemplo, ética na cadeia de fornecedores, trabalho justo, licenças ambientais, compliance, canal de denúncias, entre outros”, afirma.

Caroline também ressalta que existem diversas ações que podem ser realizadas para implementar o ESG. E pondera que esses movimentos devem começar pela “conscientização da alta gestão e dos colaboradores, seguida por um mapeamento de riscos atrelado aos indicadores de sustentabilidade”.

Já Soler analisa que a adoção dessa prática “é um caminho sem volta e que vai avançando a cada dia”. “Agora, as empresas agem por inteligência, porque estamos nos adaptando e não há uma regulamentação global, mas logo será por meio de compliance. O mercado apresenta indícios nesse sentido com resoluções, consultas públicas e certificações”, analisa o especialista.

Foto Destaque: Reprodução

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