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Banco Central volta a comprar ouro e suas reservas praticamente dobram em 3 meses.

Roberto Campos Neto resolve retomar as compras de ouro para o Banco Central com o intuito de aumentar sua reserva e a mesma quase dobra em um período de três meses.

17 Ago 2021 - 10h50 | Atualizado em 17 Ago 2021 - 10h50
Banco Central volta a comprar ouro e suas reservas praticamente dobram em 3 meses. Lorena Bueri

Em maio o banco central comandado pelo economista Roberto Campos Neto, iniciou um movimento onde voltou a comprar ouro para estocar nas resevas internacionais do Brasil e em 3 meses as compras já tiveram uma soma de 62,3 toneladas e fizeram as reservas em ouro quase dobrar.

Após as operações o Banco Central apresentou um aumento de 92,4% no volume de ouro nas reservas, passando para 129,7 toneladas. Já em dólares a quantidade de metal subiu para 98,5% passando para US$ 7,596 bilhões.

Os dados mostram detalhadamente em números esse crescimento nas reservas nos últimos três meses, em maio o BC adquiriu 11,9 toneladas do metal equivalente a 384 mil onças troy (medida usada internacionalmente). No mês seguinte em junho foram mais 41,8 toneladas (1,344 milhao de onças troy) e em julho foram 8,5 toneladas (274 mil onças troy).

O movimento chama atenção pois de novembro de 2012 até abril deste ano o montante das reservas aplicado em ouro do Banco Central mal havia sido alterado.

Neste período a autarquia foi comandada pelos economistas Alexandre Tombini, Ilan Goldfajn, e o próprio Roberto Campos Neto, apartir de 2019.

Ao comprar 62,3 toneladas do metal nos últimos três meses, o BC aumentou para US$ 7,596 bilhões a parcela de ouro nas reservas o que corresponde agora a 2,1% do total. Este percentual ainda não representa uma grande mudanca no perfil de reserva dos recursos mas marca uma postura diferente de Campos Neto em relação a seus antecessores.


                                               

                                                                   (Foto destaque: Banco Central (BC). Divulgação/Banco Central)


No fim de julho as reservas internacionais somavam US$ 355,7 bilhões, essa quantia  funciona como uma espécie de “seguro” contra crises cambiais. Os recursos são suficientes para cobrir os atuais compromissos do Brasil em dólar e por isso, o país se coloca hoje como um credor em moeda estrangeira.

A maior parte das reservas é formada por títulos conversíveis em dólares e por dólares depositados nos bancos centrais de outros países, no Banco de Compensações Internacionais e no Fundo Monetário Internacional. No fim de 2020, essa parcela chegava a 93,4% das reservas equivalente a US$ 332,0 bilhões. Porém, o montante de ouro no fim do ano passado era de US$ 4,101 bilhões, ou 1,2% do total.

Em 2019 com a chegada de Roberto Campos Neto ao BC surgiram alguns sinais de que a gestão das reservas internacionais poderiam mudar. Naquele mesmo ano Campos neto confirmou aos jornalistas que havia uma discussão dentro da autarquia em relação a gestão dos ativos. Na ocasião, Bruno Serra (diretor de Política Monetária do BC) disse que um dos objetivos era rever a eficiência dos instrumentos de reserva, e não discutir os níveis do seguro.

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No caso do ouro, durante a crise no período da pandemia bancos centrais e empresas de todo o mundo foram em busca do metal, como ativo de reserva, causando um aumento considerável de demanda e fazendo com que a  cotação à vista da onça troy na OTC Metals, nos Estados Unidos, subisse de US$ 1.515,12 no fim de 2019 para US$ 1.896,49 no final de 2020. O avanço foi de 25,2%. Por conta da continuidade desta crise o Banco Central decidiu retomar a compra do ouro.

 

(Foto destaque: barras de ouro. Reprodução/Pixabay)

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