Após a morte da cantora e compositora Marília Mendonça e de outras quatro pessoas por conta da queda do avião que eles estavam, levantou debates acerca do número de acidentes aéreos envolvendo aviões de pequeno porte e sobre a fiscalização precária de aviações particulares.
Aviões particulares e taxis aéreos, em geral, de menor porte, como o utilizado por Marília, estão envolvidos na maior parte dos acidentes de aviação no país. Entre 2010 e 2019, houve o registro de 1.210 acidentes com aviões, segundo dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Em média, 121 acidentes aéreos por ano no período, mas a maior parte deles sem óbitos e pessoas gravemente feridas.
Avião que Marília Mendonça estava quando sofreu um acidente e veio a óbito. (Foto: Divulgação/Força Aérea Brasileira)
Segundo um especialista consultado pela BBC News Brasil, a menor especialização de pilotos, a manutenção menos frequentes de aeronaves de menor porte e exigências mais brandas são alguns fatores que explicam a maior incidência desse tipo de avião em acidentes.
46% dos acidentes na última decada ocorreram com aviões particulares, 20% com aeronaves agrícolas e 14,72% de instrução. A aviação comercial, que possui aeronaves de grande porte, foi responsável por apenas 1% dos acidentes.
Entre as causas dos acidentes envolvendo aeronaves particulares, 44,3% do total ocorreram por "falha do motor em voo", "perda de controle em voo" e "perda do controle em solo"
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Ao todo, ocorreram 1.822 casos até outubro, 1.311 deles com aviões, 216 com helicópteros, como o acidente que matou o jornalista Ricardo Boechat, e 299, com outros modelos de aeronave, como planadores ou experimentais.
Outras figuras públicas também vieram a óbito por conta de acidentes aéreos fatais envolvendo aeronaves particulares e de pequeno porte: A banda Mamonas Assassinas em 1996, o candidato a presidente Eduardo Campos em 2014, o empresário Roger Agnelli em 2016 e o ministro Teori Zavascki, do Supremo, em 2017.
Com base nos dados da Flight Safety Foundation, o Brasil está em quarto lugar no mundo em número de acidentes aéreos, atrás apenas dos Estados Unidos, Rússia e Canadá.
Foto destaque: Marília Mendonça morre aos 26 anos em um acidente aéreo em Minas Gerais. Acidente foi causado por uma aeronave bimotor da empresa Pec Aviação. Eduardo Martins/AgNews e Reprodução/PEC Aviação