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Após ser acusada de racismo, Reserva desfaz estratégia de marketing

A crítica de ‘ação racista’ é referente ao uso de um manequim preto que aparece ‘quebrando’ a vitrine da loja. Imagens repercutiram em indignação na internet. Empresa pede desculpas.

17 Fev 2022 - 08h10 | Atualizado em 17 Fev 2022 - 08h10
Após ser acusada de racismo, Reserva desfaz estratégia de marketing Lorena Bueri

A grife Reserva retirou um manequim de uma loja no Shopping da Barra, em Salvador, nesta terça-feira (15), após a composição do mostruário ser associada a uma atitude racista.

Um manequim preto aparecia ‘quebrando’ a vitrine pelo exterior do estabelecimento. Era a representação de alguém correndo em direção a Reserva e se chocando com o vidro. A imagem, que parecia sugerir um arrombamento, repercutiu na internet causando indignação e revolta dos usuários.

"A loja Reserva do Shopping Barra colocou um manequim preto quebrando a vidraça do estabelecimento como se estivesse invadindo. Isso é racismo escancarado, nem sei como reagir", escreveu a comunicóloga e influenciadora digital, Ashley Malia, no Twitter. Mas, a influenciadora apagou a publicação que gerou a repercussão.

Um funcionário do centro comercial que não quis se identificar, disse que alguns clientes chegaram a comentar que o manequim parecia estra arrombando ou invadindo a loja. Nas redes sociais, internautas questionaram o motivo pelo qual a grife escolheu usar um boneco preto e não branco na ação de marketing.

Cliente do Barra, a administradora Rafaela Santos, 37, afirmou que encaminhou queixa à administração do shopping logo após presenciar a cena, que ela classificou como de mau gosto e muito ofensiva. A cliente alega que ficou incomodada por lembrar de uma série de casos em que pessoas negras foram mortas ou sofreram algum tipo de violência ao serem confundidas com bandidos.

"Faltou um pouco de bom senso antes de colocar aquele tipo de ação. Não sei qual a mensagem que quiseram passar, mas ficou ofensivo. Já é raro ver esses manequins de cor preta e quando vemos é associando a vandalismo? Eu fiquei muito chateada", contou ao Correio.

Outros clientes que se sentiram ofendidos ou incomodados também encaminharam queixas à administração do shopping de Salvador, que por curiosidade, é a cidade mais negra do país: 80% de seus habitantes se declaram pretos ou pardos, segundo o IBGE.  

Em nota, a Reserva informou que o manequim fazia parte da vitrine e que “não teve como objetivo ofender qualquer pessoa ou disseminar ideias racistas e sim divulgar a liquidação da marca”. E disse ainda: “(...) comunicamos aqui que ela será imediatamente desmontada. Acreditamos na empatia como única forma de viver em sociedade e repudiamos o racismo em todas as suas formas. A diversidade e inclusão são valores essenciais de nossa marca”. O boneco antes no interior da loja estava exposto desde o dia 25 de janeiro.

O vereador da Câmara Municipal de Salvador, Sílvio Humberto (PSB), comentou que “No momento em que loja Reserva monta a sua vitrine com um manequim negro quebrando a vidraçaria, como ocorrido na loja do shopping Barra, em Salvador, ou de ponta-cabeça, como em 2016 no RS, é mais uma comprovação da naturalização das violências sobre os corpos negros”.


Manequim preto pendurado de cabeça para baixo numa loja da Reserva em 2016. (Foto: Reprodução/ Veja São Paulo)


A fala de Sílvio se refere ao ocorrido em uma loja da Reserva no Shopping Rio Sul, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, em 2016. A grife foi alvo de críticas e protestos por ter usado manequins pretos pendurados no teto, de cabeça para baixo, em suas vitrines.

Na época, em comunicado oficial, a Reserva alegou que, em épocas de liquidação, era comum que eles colocassem tudo da  loja, incluindo manequins, peças e letreiros, de ponta a cabeça. A empresa também afirmou que os bonecos da cor preta eram padrão das filiais, há mais de 9 anos, e não havia qualquer intenção ou traço de racismo na estratégia de marketing.

O Shopping Barra informou que não vai se manifestar sobre o caso atual.

 

Foto Destaque: Reprodução/Twitter. 

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