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Academia de cinema cria regras de diversidade para indicados ao Oscar

Visando maior representatividade nas telas, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou nesta novos requisitos para a indicação de filmes ao Oscar.

09 Set 2020 - 11h45 | Atualizado em 09 Set 2020 - 11h45
Academia de cinema cria regras de diversidade para indicados ao Oscar Lorena Bueri

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou ontem, novos critérios de elegibilidade para a categoria mais cobiçada do Oscar. Segundo a academia essas normas devem fomentar a diversidade entre os indicados ao prêmio Oscar de Melhor Filme.

As novas regras já valerão para a premiação de 2022, mas só se tornarão obrigatória a partir de 2024. As novas regras vão funcionar como uma especie de cota, bem parecida com às que se tem nas univerdidades aqui no Brasil. Os filmes concorrentes precisarão ter um número mínimo de funcionários de minorias étnicas pouco representadas na divulgação, nas equipes de produção e administrativa, ou abordar diretamente temas que afetem estas comunidades.


Pria memegang banyak piala Oscar (© Richard Shotwell/Invision/AP Images)

(Bong Joon-ho, diretor do filme "Parasite" da Coreia do Sul, Oscars 2019 Foto/ Reprodução: © Richard Shotwell/Invision/AP Images)


A regra chega após a academia sofrer, durante anos, críticas pela falta de diversidade entre os membros que a compõem, e entre os indicados e vencedores do Oscar por eles selecionados.

Apesar da instituição já ter tomado medidas para diversificar seus membros, as novas regras marcam uma aposta mais agressiva para remodelar o desempenho geral de Hollywood em relação à diversidade, e tentar atender ao apelo de algumas classes artísticas.

“Acreditamos que estas normas de inclusão serão um catalizador para uma mudança duradoura e essencial em nossa indústria”, ressaltaram o presidente da Academia, David Rubin, e a diretora-geral da instituição, Dawn Hudson, em comunicado.

As novas regras

De acordo com os novos critérios, as obras que competirem na categoria de melhor filme terão que cumprir com pelo menos dois dos quatro critérios criados para melhorar as práticas de contratação e representação na frente e atrás da tela.

Confira as novas regras:

Padrão A: representatividade de temas e narrativas na tela (1 de 3 critérios necessários)

A.1: Pelo menos um dos atores principais ou coadjuvantes de destaque deve pertencer a uma etnia ou grupo racial pouco representado (asiático, latino/hispânico, negro, nativo-americano, norte-africano, nativo havaiano).

• A.2: Pelo menos 30% de todo o elenco em papéis secundários ou menores devem pertencer a dois grupos pouco representados (mulheres, grupos raciais ou étnicos, LGBTQI+, pessoas com deficiência física ou cognitiva).

• A.3: A história principal, tema ou narrativa deve ser centrada em um grupo pouco representado.

Padrão B: Liderança criativa e equipe do projeto (1 de 3 critérios necessários)

• B.1: Pelo menos dois membros da liderança criativa e chefes de departamento – diretor de elenco, cinematógrafo, compositor, figurinista, diretor, editor, cabelereiro, maquiador, produtor, designer de produção, decorador de set, editor de som, supervisor de efeitos visuais, roteirista – devem pertencer a um grupo pouco representado e pelo menos uma posição deve pertencer a uma etnia ou grupo racial pouco representado.

• B.2: Pelo menos seis membros da equipe (com exceção de Produtor Associado) devem pertencer a um grupo pouco representado.

• B.3: Pelo menos 30% da equipe técnica inteira deve pertencer a um grupo pouco representado.

Padrão C: Acesso à Indústria e criação de oportunidades (ambos critérios necessários)

• C.1: O produtor ou distribuidor do filme deve financiar aprendizado/estágio remunerado para pessoas de grupos pouco representados; grandes estúdios devem ter presença substancial de aprendizes/estagiários assalariados de grupos pouco representados na maior parte dos departamentos (desenvolvimento/pré-produção, produção presencial, pós-produção, música, efeitos visuais, aquisições, administração, distribuição, marketing e publicidade); estúdios pequenos e independentes devem ter pelo menos dois aprendizes/estagiários assalariados de grupos pouco representados (pelo menos um de um grupo étnico ou racial pouco representado) em pelo menos um dos departamentos.

• C.2: A companhia responsável pela produção, distribuição e financiamento do filme deve oferecer oportunidades de emprego ou capacitação para pessoas de grupos pouco representados.

Padrão D: Desenvolvimento com o público

• O estúdio tem executivos sênior de grupos pouco representados (pelo menos um de um grupo étnico ou racial pouco representado) em suas equipes de marketing, publicidade e distribuição.

Resposta as críticas

Quando a campanha #OscarsSoWhite (Oscar branco demais) começou em 2015, a Academia iniciou um movimento para tentar ampliar a diversidade entre seus membros. A instituição comprometeu-se a duplicar o número de mulheres e de membros não brancos presentes até 2020, após os pedidos para que a premiação fosse boicotada.


Imagem da estatueta do Oscar(Estatueta do Oscar. Foto/ Reprodução: Info Escola)


Como resultado, a Academia superou essas metas, contando com um total de 45% de mulheres após os novos membros admitidos este ano, e 36% de minorias.

Esta medida é fruto de um novo grupo de trabalho sobre diversidade anunciado em junho, semanas após o surgimento de protestos maciços contra o racismo que fominaram os Estados Unidos em resposta à morte de George Floyd, um homem negro assassinado por um policial no norte de Mineápolis.

As novas regras são baseadas nas normas implementadas pelos prêmios BAFTA do Reino Unido e foram “criadas para fomentar a representação equitativa dentro e fora da tela para refletir melhor a diversidade da audiência que assiste aos filmes”, explicou a Academia.

 

(Foto Destaque: Premiação do Oscar 2019. Reprodução/ Valerie Macon / AFP / CP Memória/ Correio do povo)

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