Gestão eficaz de fintechs fortalece mercado e previne fraude

Mais de 46 milhões de brasileiros utilizam contas ativas em fintechs no Brasil, segundo informações do Banco Central (BC). Na era da IA, população está vulnerável a fraudes e golpes cada vez mais sofisticados e empresas precisam investir em segurança online e práticas sólidas de governança e compliance
31 Out 2024 - 11h00 | Atualizado em 31 Out 2024 - 11h00
Gestão eficaz de fintechs fortalece mercado e previne fraude

Impressiona a quantidade de contas ativas em fintechs de pessoas físicas no Brasil. Os números ultrapassam em cerca de 40 milhões o número de habitantes no país, que atualmente é de pouco mais de 212 milhões, conforme dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Um crescimento vertiginoso apresentado na pesquisa Panorama 2024 realizada pela Zetta, associação de fintechs sem fins lucrativos, apontou 77% de aumento no número de contas digitais ativas, em 2022, saltando de 142 milhões para 251 milhões no ano passado. Mais de 40 milhões também é o número de brasileiros vítimas de golpes financeiros nos últimos 12 meses, computando prejuízo financeiro acima de R$ 2 bilhões no último ano. Os dados são do relatório Tendências de fraudes bancárias digitais no Brasil em 2024, da Biocatch, divulgado no final de agosto, que também revelou que 90% dos golpes ocorrem via mobile.

Outra pesquisa produzida pela Oliver Wyman mostra que cada brasileiro tem, em média, 5,5 contas e, conforme dados do Banco Central de 2023, mais de 46 milhões de brasileiros utilizam contas ativas em fintechs. Esse avanço, no entanto, também trouxe à tona a necessidade de um gerenciamento mais robusto dessas empresas para evitar a evasão fiscal e, principalmente, proteger consumidores e investidores contra golpes financeiros.

Dois quesitos se destacam, neste sentido, para uma gestão eficaz no setor de investimentos, que é a segurança online e a transparência, segundo o chairman da Rafatella Investimentos, Lélio Vieira Carneiro Júnior. Ele ressalta que é necessário práticas sólidas de governança e compliance para prevenir a utilização dessas empresas para operações fraudulentas, que têm sido cada vez mais frequentes no país. “É preciso proteger o mercado e as pessoas contra práticas ilícitas e ao mesmo tempo estimular o crescimento econômico, democratizar e desburocratizar o sistema financeiro, assegurando que as empresas do setor financeiro digital sigam de forma transparente todos os regulamentos fiscais, trazendo benefícios de maneira geral à população e também ao setor público”, afirma Carneiro Júnior.

Fraudes

Nos últimos dias, uma operação da Polícia Federal revelou que organizações criminosas têm se aproveitado de fintechs não regulamentadas para lavar dinheiro e realizar transações ilícitas, movimentando mais de 7 bilhões fora do sistema bancário formal. Ao mesmo tempo, a Receita Federal tem alertado consumidores sobre fraudes envolvendo essas empresas, especialmente relacionadas a contas irregulares e cobranças fictícias.

Neste cenário, o chairman Lélio Vieira Carneiro Júnior acredita que uma fintech bem gerida pode atuar de forma mais positiva, como um pilar para a estabilidade econômica, ao mitigar riscos e promover um ambiente de confiança para investidores e clientes. “O Brasil conta hoje com quase 1.600 fintechs ativas e enfrenta desafios para regulamentar e fiscalizar o setor. Entendo que trabalhar com um gerenciamento proativo e rigoroso dessas plataformas digitais é essencial para evitar impactos negativos na economia e na vida das pessoas, como estamos vendo acontecer cotidianamente com inúmeras vítimas de golpistas que roubam não somente o dinheiro, mas também a identidade de quem foi enganado”, complementa.

A afirmação consta em dados do Relatório Global de Identidade e Fraude 2022 da Experian, que mostraram que o roubo de identidade tem sido motivo de preocupação de 8 entre cada 10 brasileiros. A mesma pesquisa identificou que, no Brasil, 77% dos entrevistados estão preocupados com a ação criminosa. O número é superior ao obtido com os pesquisados em outros países, por exemplo, que é de cerca de 57%. O relatório aponta também que 61% dos brasileiros já passaram ou conhecem alguém que foi vítima desse tipo de golpe. Globalmente, o roubo de identidade superou o roubo de informações do cartão de crédito como maior preocupação de segurança dos consumidores pesquisados.

Mercado aquecido

Nos últimos 10 anos, as fintechs brasileiras receberam US$ 10,4 bilhões de investimento, conforme relatório do Fintech Report 2024. O capital corresponde a 66,67% do volume total de US$ 15,6 bilhões direcionados para startups do setor financeiro em toda a América Latina. Das 2712 fintechs ativas na América Latina, 58,7% delas estão no Brasil. Em seguida, vem o México, com 20,7% das empresas.

Na era da Inteligência Artificial, Lélio Vieira Carneiro Júnior acredita que o cenário beneficia o mercado das fintechs e ao mesmo tempo que facilita a vida das pessoas é um período crítico de alerta. “Estamos num momento de oportunidades extraordinárias para o setor de fintechs, desde a automação de processos até a personalização de serviços financeiros em larga escala. No entanto, vem também a responsabilidade de redobrar os cuidados com a segurança e a ética. As fintechs precisam garantir que seus algoritmos sejam transparentes, proteger os dados dos consumidores e combater fraudes com mais rigor. É um equilíbrio essencial entre aproveitar o potencial tecnológico e manter a confiança e integridade do mercado”, destaca o chairman da Rafaella Investimentos.

Sobre a Rafatella Investimentos

A Rafatella Investimentos atua com o objetivo de gerir e maximizar o patrimônio de seus investidores. Com uma estrutura focada no planejamento, prospecção, financiamento e gestão dos mais variados ativos, a empresa investe em diversos negócios dos mais variados segmentos.

Acessando fundos de investimentos próprios ou de terceiros, utiliza modelos bem testados de governança e estruturas de capital inteligentes. Atualmente, a Rafatella administra internacionalmente mais de R$ 1 bi em ativos próprios, distribuídos em dezenas de investimentos, em um portfólio que engloba ativos dos mais variados segmentos de mercado.