Dentaduras melhoram a mastigação e a autoestima

Cerca de 33% da população brasileira usa algum tipo de prótese dentária
18 Nov 2024 - 17h31 | Atualizado em 18 Nov 2024 - 17h31
Dentaduras melhoram a mastigação e a autoestima

Um estudo do IBGE indica que, no Brasil, 16 milhões de pessoas vivem sem nenhum dente e 39 milhões de pessoas usam prótese dentária, popularmente chamada de dentadura. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, 33% da população brasileira usa algum tipo de prótese dentária. Dentro desse número, estima-se que uma em cada cinco pessoas tem entre 25 e 44 anos. 

O Dr. Rogério Martins de Azevedo, cirurgião-dentista, presidente da Câmara Técnica de Prótese Dentária do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), explica que a dentadura é indicada nos casos em que o indivíduo perdeu todos os dentes de uma ou ambas as arcadas dentárias. 

O profissional esclarece que é importante o uso da prótese visto que a pessoa quando perde os dentes pode ter sequelas físicas e emocionais. Com o sorriso devolvido por meio da prótese total, além de restabelecer uma aparência facial mais harmoniosa e recuperar a autoestima, também melhora o poder de mastigação e gera uma reinserção social do indivíduo. 

O paciente portador de dentadura deve evitar alimentos duros e pegajosos, a fim de reduzir a possibilidade de fraturas ou deslocamentos da prótese. Em casos de machucados e desconfortos, é necessário procurar o cirurgião-dentista para realizar os ajustes na peça e recuperar o conforto. 

“Nenhuma prótese total, por melhor que tenha sido confeccionada, devolverá o poder de mastigação semelhante ao de um indivíduo totalmente dentado. Sabemos que, na melhor das hipóteses, haverá uma eficiência mastigatória dos usuários de prótese entre 20 e 25% do total. Portanto, sempre que for possível, deve ser feita a manutenção de dentes naturais na cavidade bucal, que proporciona uma mastigação muito mais eficiente”, pontua o especialista. 

Tipos de dentadura 

As dentaduras possuem poucas variações, tendo apenas alterações conforme a marca das próteses, a origem, e em relação à acrilização, que pode ser do tipo convencional ou semelhante à coloração e aspecto de uma gengiva natural. O profissional explicou que o poder aquisitivo do paciente será determinante para o tipo de prótese escolhida. O custo de um material nacional é mais baixo; por outro lado, as próteses internacionais terão custos maiores, mas com características mais próximas a uma gengiva real. 

“Mesmo com a popularização dos implantes, que se tornaram mais acessíveis, entendo que muitos brasileiros ainda sequer possuem uma prótese total, uma realidade que está muito atrelada ao baixo poder de compra de parte da população. A dentadura ainda é, infelizmente, sonho de consumo de muitos brasileiros que vivem abaixo da linha da miséria, mas que poderiam e mereceriam ter um mínimo de dignidade devolvida”, afirmou o Dr. Rogério.

Riscos 

Segundo o especialista, para o paciente ter segurança no uso da dentadura, é fundamental que a prótese seja confeccionada seguindo critérios técnicos, anatômicos e funcionais. Também é indispensável que ela restabeleça a função, saúde e estética aos indivíduos. “Próteses de baixa qualidade podem trazer riscos aos tecidos da cavidade bucal e gerar lesões que, se não forem tratadas, são capazes de resultar em doenças graves, como câncer bucal”, diz o Dr. Rogério. 

É recomendado que sejam feitos ajustes após a fase inicial. Além disso, também é importante que o paciente retorne ao consultório anualmente para avaliações em relação ao uso da prótese. A indicação de substituição da dentadura é por volta de 5 a 7 anos após sua instalação. Cada caso deve ser avaliado de maneira individualizada por um cirurgião-dentista.  

O presidente da Câmara Técnica de Prótese Dentária ressalta, ainda, que o hábito de tirar a dentadura à noite era frequentemente recomendado por especialistas, mas atualmente o que prevalece é a higienização das próteses, com o objetivo de evitar inflamações e irritações dos tecidos bucais. Essa limpeza deve ser feita sempre após as refeições e com a dentadura fora da cavidade bucal. A escovação deve ser realizada com escovas dentais apropriadas, já o fio dental não se aplica para pacientes desdentados. Apenas se o indivíduo possui dentes, aí, sim, se faz necessária a utilização de fio dental. O profissional salienta que jamais deve ser utilizado creme dental com bicarbonato de sódio ou qualquer produto abrasivo, visto que promove um desgaste na resina acrílica da dentadura. 

“É importante ouvir a vontade e os anseios dos indivíduos e viabilizar mecanismos e ações para que eles tenham uma excelente saúde bucal, com próteses muito bem higienizadas, independentemente de estarem na cavidade bucal ou no copo de água, assim como nossos avós faziam durante à noite”, pontua o cirurgião-dentista. 

Implantes ou dentaduras 

Sobre a escolha entre implantes ou prótese removível total, o cirurgião-dentista esclarece que, se o paciente perdeu todos os dentes, ele pode optar pela prótese total caso possua alguma limitação anatômica, financeira ou em relação à saúde, que torne inviável um procedimento de implante. Nesses casos, a dentadura é uma opção interessante para recompor a saúde e estética bucal.



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