Sabrina Huni Kuin, uma indígena de 18 anos, vai fazer o Enem hoje pela segunda vez e sonha em ser a primeira pessoa da família a entrar em uma faculdade e dar uma vida melhor para os seus familiares. Sabrina quer tentar uma vaga em medicina veterinária ou história na Ufac. A jovem indígena diz: "A importância que vejo é buscar melhorias para minha família. Procurar um futuro bom, ninguém da família tem ensino superior. Pretendo ser a primeira, vamos ver se vai dar certo." Sabrina mora no Rio Branco há 11 anos com sua família. Seu pai, também indígena, trabalha como professor ensinando as crianças da aldeia. Apesar disso, o pai de Sabrina tem apenas o ensino médio completo e alguns cursos.
A indígena também disse: "Meu sonho é veterinária. Terminei o ensino médio ano passado. Moro em Rio Branco desde os 7 anos e vivo com minha mãe, o marido dela e minha irmã." Em 2020, Sabrina fez o Enem ano passado, mas como obteu uma nota baixa, resolvey refazer o exame esse ano. Sabrina relatou que não conseguiu manter uma rotina de estudos por conta dos bicos que faz para ganhar um sustento. O sustento da família é composta pelo dinheiro que ela ganha com os bicos, o dinheiro que o padrasto ganha como pedreiro e a renda da aposentatoria das avós maternas de Sabrina.
Sabrina estudando para as provas do Enem. (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/Site G1)
Ela diz que deveria ter estudado mais para as provas e completa dizendo: "De vez em quando eu estudava um pouco, não fiz cursinho. Infelizmente, não tive uma rotina intensiva de estudos. Estava trabalhando como babá e estudava quando tinha um tempo livre, mas foi pouco. A minha irmã de 22 anos fez o Enem quatro vezes, não conseguiu entrar na faculdade e desistiu. Hoje ela é casada e tem filhos."
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No Acre, os portões abrem às 10h e fecham às 11h. As provas começam a ser aplicadas às 11h30. A indígena está entre os mais de 18 mil candidatos que vão fazer as primeiras provas do Enem.
Foto Destaque: Sabrina Huni Kuin. Reprodução/Instagram
