A segunda temporada da série teen original Hulu, "Love, Victor", foi lançada no último dia 11 e vem fazendo sucesso mundo á fora, embora a plataforma de streaming não seja disponível em alguns países, como o Brasil, por exemplo. A nova fase da vida de Victor, sua família, seus amigos e seu romance com Benji já conquistou o coração de seus fãs.
Em entrevista exclusiva à revista Attitude, o astro da série revelou que tem recebido ameaças graves, incluindo de morte, por ser hétero e dar vida a um personagem que se descobre gay. O jovem ator, de 21 anos, contou que parte das ameaças vieram da comunidade LGBTQIA+, e que sabia que isso eventualmente aconteceria.
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“Eu definitivamente recebi algumas críticas da comunidade LGBTQIA+ por estar no papel... Eu recebi ameaças de morte, o que é horrível. Mas o show é importante para mim. As mensagens de ódio, eu entrei sabendo que isso iria acontecer, independentemente de quão bom eu fosse”, disse ele, no ensaio em que posou ao lado do ator George Sear, que dá vida ao personagem Benji.
Michael Cimino e George Sear para a revista Attitude. (Divulgação/Attitude)
Além disso, Michael afirmou ter ouvido alguns comentários homofóbicos por parte de seus familiares: "Eu recebi alguns comentários homofóbicos - eu meio que esperava que isso acontecesse. Eu não esperava isso dos meus próprios familiares, no entanto. Alguns deles estenderam a mão, dizendo: ‘Você costumava ser tão legal; agora você é tão gay’. Eu atribuo isso à ignorância.", contou. “Não há nada de errado em ser gay. Essa ignorância é muitas vezes algo que foi transmitido de gerações anteriores. Eu sempre abordo isso [dizendo], ‘Estas são pessoas normais que estão lutando e não deveriam ter que lutar'.” finalizou.
Assista à entrevista completa. (Reprodução/YouTube)
Durante a entrevista, Michael aproveitou para situar sua relação, enquanto hétero, com o personagem e como outros atores, em posições semelhantes à sua, agem diferente após se encerrarem as filmagens de algum trabalho em que interpretem personagens LGBTQIA+. "É uma honra interpretar Victor e uma grande responsabilidade. Eu entrei com a intenção pura de representar isso corretamente e me esforcei para garantir que todos que acompanhassem essa história se sentissem representados", "Mas há alguns atores heterossexuais que interpretam personagens gays, que querem apoiar os direitos LGBT enquanto promovem seu projeto, mas quando terminam, um ano depois, isso desaparece. E não é isso que faz de você um aliado. Não é assim que você apoia os direitos LGBT. Se você não é um verdadeiro aliado, o que está fazendo?", completou o ator.
Ele ainda declarou que foi aconselhado para que recusasse o papel, pois existem pessoas que não separam o ficcional do real e entenderiam que Cimino é um homem homossexual. “Fui avisado que você não deveria interpretar papéis gays, especialmente [para] seu primeiro grande papel. ‘Todo mundo vai pensar que você é gay’ ou ‘Você não será capaz de agendar nada’, ‘Você nunca será capaz de construir uma base de fãs’. Não sou um homem ‘masculino’ tradicional, então seriam as pessoas tentando me forçar a fazer algo que não sou. Aqui estou desempenhando um papel gay que pode não ser considerado masculino em uma ideia ultrapassada do que é masculinidade.”
Michael Cimino no ensaio à Attitude (Divulgação/Attitude)
Derivada do filme “Love, Simon”, a série “Love, Victor”, que teve sua primeira temporada lançada no ano de 2020, no Hulu, conta a história de Victor Salazar, um rapaz adolescente, que além de enfrentar seus questionamentos internos, encara uma mudança de casa e escola. Saindo do Texas para Shady Creek, Victor cria novos amigos, novas paixões e descobre dúvidas consigo mesmo, assim como todos os personagens da trama, cada um com suas questões. Além de Michael Cimino e George Sear, o elenco conta com nomes como Rachel Naomi Hilson, Anthony Turpel, Isabella Ferreira, Bebe Wood, Mason Gooding e Nick Robinson, o Simon, para integrar o time de sucesso.
(Foto destaque: Michael Cimino para a revista A BOOK OF. Reprodução/Instagram)