Um novo estudo realizado pelo British Medical Journal (BMJ) e publicado na última quarta-feira (18) aponta que a vacinação contra a COVID-19 após a infecção pode reduzir o risco de desenvolver sintomas prolongados da doença. De acordo com os pesquisadores e analisando as respostas de mais de 28.000 adultos que participaram da pesquisa nacional, o recebimento da dose após a infecção foi associada a uma menor probabilidade de efeitos duradouros. Segundo eles, mais dados serão necessários para garantir qualquer relação de causa e efeito.
Contrair a COVID-19 oferece alguma proteção natural ou imunidade de reinfecção com o vírus por algum tempo. Estima-se que a infecção resulta em um baixo risco de uma nova com uma variante semelhante por pelo menos seis meses, mas a vacinação após a recuperação da doença facilita a diminuição dos efeitos que persistem semanas e meses após a sua infecção original.
Liderados por Daniel Ayoubkhani, do Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido, os pesquisadores chegaram à conclusão – que eles enfatizam ser apenas observacional – rastreando pessoas de Fevereiro a Setembro de 2021 que receberam pelo menos uma dose da vacina depois de testarem positivo.
O estudo terminou antes que as doses de reforço fossem lançadas e que a Ômicron e suas subvariantes emergissem. "Nossos resultados sugerem que a vacinação de pessoas previamente infectadas pode estar associada a uma redução na carga de COVID prolongada na saúde da população, pelo menos nos primeiros meses após a vacinação", disse o autor do estudo, Ayoubkhani, em um e-mail.
Células T são mostradas atacando uma célula infectada por vírus. (Foto/Reprodução/Getty Images)
Antes da vacinação, as chances de experimentar sintomas prolongados da COVID-19 mudaram pouco ao longo do tempo, os pesquisadores disseram com base em sintomas como fadiga e falta de ar. Os efeitos duradouros de qualquer gravidade foram relatados por quase um quarto dos participantes pelo menos uma vez durante o acompanhamento.
Após a vacinação, entre todos os participantes, a primeira dose foi associada a uma diminuição inicial de 13% em suas chances de “COVID longa”, mas os dados não mostraram uma melhoria sustentada ao longo das 12 semanas seguintes, quando a segunda dose de vacina foi administrada. Essa segunda dose foi associada à outra queda de 9% na chance de efeitos prolongados e essa melhora durou, em média, pelo menos nove semanas.
Os cientistas que lideraram o estudo solicitaram mais tempo e novas pesquisas para "entender os mecanismos biológicos subjacentes a quaisquer melhorias nos sintomas após a vacinação", o que pode contribuir para o desenvolvimento de soluções terapêuticas para a doença.
Foto destaque: Profissional de saúde aplica dose de vacina em Norristown, nos EUA (Reprodução/MATT ROURKE/AP).