A partir do dia 4 de novembro, as gotas da vacina oral contra a poliomielite serão substituídas por vacinas injetáveis, conforme anunciado pelo Ministério da Saúde. A mudança já havia sido comunicada em julho de 2023, e agora a data foi oficialmente estabelecida.
"O Ministério da Saúde irá substituir as duas doses de reforço com a vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), conhecida como gotinha, por uma dose da vacina inativada poliomielite (VIP), que é injetável. Assim, o esquema vacinal contra a doença será exclusivamente com VIP", informou o ministério em nota.
De acordo com o calendário de vacinação, a forma injetável (VIP) já é aplicada em crianças de 2 a 6 meses. O reforço com as gotinhas era realizado entre os 15 meses e 4 anos. Com a nova mudança, a vacina injetável será administrada aos 15 meses, enquanto a dose aos 4 anos não será mais necessária.
O ministério também destacou que a vacina injetável contra a poliomielite é considerada mais eficiente do que a versão em gotas. "A decisão foi fundamentada em critérios epidemiológicos, evidências científicas sobre a vacina e recomendações internacionais, visando tornar o esquema vacinal ainda mais seguro. Países como os Estados Unidos e diversas nações europeias já adotam esquemas vacinais exclusivos com a VIP", acrescentou a pasta.
Levando em conta as evidências científicas mais recentes no combate à doença, a mudança foi discutida e aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI).
Criança sendo vacinada (Foto: reprodução/Jaelson Lucas/Arquivo AEN)
Poliomielite
A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, afeta principalmente crianças menores de cinco anos e pode resultar em paralisia irreversível. Em alguns casos, a doença é contagiosa e é causada pelo poliovírus, podendo comprometer os músculos e, em situações mais graves, levar à morte. A transmissão ocorre por meio de água e alimentos contaminados ou pelo contato com pacientes infectados.
Embora a poliomielite ainda não tenha cura, a vacinação é uma ferramenta eficaz na prevenção. Os casos da doença têm diminuído em todo o Brasil graças às campanhas de imunização global. No Brasil, a doença foi erradicada em 1989, mas a vacinação permanece essencial e de suma importância.
A vacinação
A vacina é um dos métodos mais eficazes na prevenção de doenças, estimulando o sistema imunológico e combatendo vírus, bactérias, infecções graves e até fatais. Nos últimos anos, as campanhas de vacinação têm se concentrado em garantir a imunização em massa em todo o país.
Entretanto, o Brasil enfrenta desafios como a distribuição desigual e a falta de informações. Dados do Ministério da Saúde indicam que a adesão a algumas vacinas, como a tríplice viral, sarampo, caxumba, rubéola e poliomielite, caiu para menos de 90%, o que é considerado o índice mínimo para o controle efetivo dessas doenças. Para aumentar a adesão, o governo, em parceria com outras organizações, promove campanhas de conscientização e expande os postos de vacinação, especialmente em áreas de difícil acesso, como zonas rurais e comunidades carentes.
O Brasil possui um dos programas de imunização mais avançados do mundo, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que oferece vacinas gratuitas contra diversas doenças.
Assim, a vacinação é um direito e uma responsabilidade social, e, com a colaboração da população, é possível controlar e combater doenças que já causaram milhões de vítimas.
Foto destaque: (Reprodução/Agência Gov/Ministério da Saúde)