Foi anunciado pelo Ministério da Saúde nesta última quinta-feira (21) que a vacina contra a dengue foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o país é o primeiro a oferecer o imunizante no sistema público.
Sobre a vacina
A vacina é conhecida como Qdenga - feita pelo laboratório japonês Takeda - e seu esquema vacinal é constituído por duas doses. Inicialmente, as doses serão distribuídas em regiões mais necessitadas e prioritárias. A incorporação do imunizante foi aprovada em março deste ano pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
“A partir do parecer favorável da Conitec, seremos o primeiro país a dar o acesso público a essa vacina, como um imunizante do SUS. E, até o início do ano, faremos a definição dos públicos alvo levando em consideração a limitação da empresa Takeda do número de vacinas disponíveis. Faremos priorizações”, disse Nísia.
A Qdenga é indicada para a faixa etária dos 4 aos 60 anos e pode ser aplicada tanto em quem já teve a doença quanto em quem nunca teve e suas doses devem ser feitas em um intervalo de três meses entre uma vacinação e outra.
Até então, a única vacina que era disponível aqui no Brasil era a Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi Pateur, porém esta imunizante era recomendada apenas para quem já havia sido infectado com o vírus, protegendo contra um possível segunda contração do vírus - que se manifesta de forma mais forte.
A previsão de início de imunização é fevereiro de 2024 (Foto: reprodução/FreePik)
Número de doses e impacto no orçamento
Inicialmente a vacina não será feita em larga escala, e será levado em consideração a limitação da fabricante, por isso haverá limitações. Com a previsão de 6,2 milhões de doses iniciais, cerca de 3,1 milhões de pessoas serão imunizadas - considerando o esquema de dose dupla.
Segundo o Ministério da Saúde, o cronograma proposto pela fabricante será da seguinte forma: 460 mil doses em fevereiro, 470 mil em março, 1.650 milhões em maio e agosto, 431 mil em setembro e 421 mil em novembro.
Sobre o impacto no orçamento, durante o processo de aprovação, o Ministério da Saúde disse que o custo seria elevado, cerca de R$ 9 bilhões em cinco anos. A ministra da saúde chegou a propor uma transferência de tecnologia com a empresa e espera conseguir um bom resultado. O Ministério da Saúde também conseguiu uma redução no valor inicial das doses, de R$ 170 para R$ 95.
Foto de destaque: o Ministério da saúde irá priorizar algumas regiões e público para a distribuição da Qdenga (Reprodução/FreePik)