Os chamados “carboidratos refinados” estão presentes na mesa de muitos brasileiros, como é o caso do arroz branco e açúcar. Esses itens tão presentes nas casas de famílias estão, cada vez mais, ganhando a fama de não serem saudáveis
Viviane Sahade, nutricionista, doutora em medicina e saúde e professora associada da Escola de Nutrição da UFBA (Universidade Federal da Bahia), explica que: “O carboidrato refinado é um termo genérico geralmente usado para descrever carboidratos que tiveram a maior parte de seu valor nutricional removido durante o processo de fabricação”.
Na forma natural e completa, as sementes de grãos ou grãos consistem em três partes: o farelo, que contém nutrientes importantes como fibras, minerais e vitaminas do complexo B; o germe, que tem carboidratos, gorduras, proteínas e minerais; o endosperma, a maior parte do amido.
Tomando como exemplo o arroz, quando seus grãos integrais são refinados em grãos brancos, o farelo e o germe são retirados durante o processamento, permanecendo apenas o endosperma amiláceo. Sahade afirma que: “O arroz branco é o exemplo mais comum de carboidrato refinado. Quando o arroz integral se mantém na sua forma natural, todo o grão é deixado intacto”.
O arroz é um perfeito exemplo de carboidrato refinado. (Foto: Reprodução/Flor do Valqueire)
A nutricionista e professora da UFBA informa que quando o indivíduo consome um grão inteiro ou farinha de grão integral, o carboidrato integral obtém todas as fibras, proteínas, vitaminas, minerais e gorduras nutritivas que esses alimentos têm para oferecer. “Já nos grãos refinados, com a remoção do farelo e do germe, a gente perde os nutrientes fornecidos pelo grão”, conclui a profissional.
Outro carboidrato a ser citado é o próprio açúcar refinado, que é resultado da extração industrial do açúcar natural. O xarope de milho (rico em frutose) e o açúcar de mesa são dois exemplos. Tais alimentos são extremamente calóricos e com alto teor glicêmico e são considerados calorias vazias.
Açúcar refinado. (Foto: Reprodução/CicloVivo)
Andrea Pereira, médica nutróloga do departamento de oncologia e hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein, e também autora da obra “Dieta do Equilíbrio - A melhor dieta anticâncer”, diz que: “Infelizmente, a maioria dos carboidratos nas dietas ocidentais é altamente processada, incluindo pão, a maioria dos cereais frios e açúcar prontos para o consumo”.
Os carboidratos refinados são, justamente, pouco nutritivo por perderem as fibras e os micronutrientes, no caso as vitaminas e minerais, que ocorrem junto à refinação.
Foto Destaque: Açúcar, arroz e pão são exemplos de carboidratos refinados presentes na cotidianidade. Reprodução/MundoBoaForma.