Xenotransplante, é o nome dado ao transplante de órgãos de diferentes espécies, que só é possível após passar pela edição genética que diminui o risco de rejeição no corpo humano. Atualmente, os cientistas têm feito as pesquisas em porcos, onde os principais órgãos estudados é o rim e o coração.
Avanço na medicina
Esse tipo de transplante é realizado em pacientes que possuem insuficiência renal que não têm doadores compatíveis. O rim suíno, já foi utilizado em cirurgias anteriores, porém foi transplantado em um paciente que teve morte cerebral. No entanto, em um dos casos, o rim suíno ficou em funcionamento durante dois meses no corpo humano até se retirado, tendo sido realizado pelo Instituto de Transplante Langone da Universidade de Nova York (NYU). Na Universidade Medicina de Maryland, nos EUA, também foram realizados dois transplantes, mas ocorreu com o órgão do coração de porco.
Esses animais, possuem um vírus que podem causar doenças graves no ser humano, entretanto, em 2012, surgiu uma técnica de edição genética “Crispr” que permite que seja editado, possibilitando inativar o retrovírus suíno. Esses porcos são criados isoladamente para evitar o risco de infecção ao ser transplantado em um humano, e ainda são retirados genes que façam o tecido cardíaco crescer descontroladamente e moléculas que possam fazer com que tenha rejeição.
Médico brasileiro
Foi Leonardo Riella, que liderou a equipe do “Massachussetts General Hospital” (MGH), nos EUA, onde foi realizado o primeiro transplante de rim de um porco para um ser humano vivo; O transplante foi realizado no americano de 62 anos, Richard Slayman paciente com doença renal em estágio terminal, a cirurgia durou quatro horas. Em 2018, Richard havia passado pelo transplante tradicional, porém após sete anos fazendo diálise, o órgão começou a falhar em 2023, o que fez ele passar novamente por um novo transplante, mas dessa vez se submetendo ao um rim de um porco.
Em entrevista à Veja, o médico Leonardo Riella disse: “Fiquei emocionado no anúncio quando falei da nossa equipe. Foi uma dedicação muito intensa. Dia e noite, nossa equipe estava dando a alma e mais um pouco para que desse certo”.
Leonardo Riella (Foto: reprodução/ Massachusetts General Hospital/ Veja)
Leonardo, é formado pela Universidade Federal do Paraná [UFPR], ele mora há 20 anos nos EUA onde fez resiliência no Brigham and Women´s Hospital. Ele é professor associado na Harvard Medical School, é presidente na Harold and Ellen Danser, é também pesquisador sênior do Center for Transplantation Science e diretor de transplante renal do Massachussetts General Hospital, onde realizou o transplante do rim de um porco.
Foto de destaque: Pessoas na sala de cirurgia (Reprodução/ Instagram/ @massgeneraltransplant)