A fenilefrina, ingrediente popular na composição de inúmeros medicamentos que são vendidos sem prescrição médica para tratamentos orais, nasais e para sinusites será removida do mercado farmacêutico. Segundo Comitê Consultivo de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica, a dosagem monográfica de fenilefrina administrada por via oral não é eficaz.
Medicamento ineficaz
Na última segunda-feira (11), foram apresentados ao comitê, durante reunião que perdurou por dois dias, dados da FDA que demonstraram a ineficiência do medicamento quando tratado via oral. Na terça-feira (12), por votação unânime dos 16 membros da comissão, foi decidido que as vendas e estudos referentes ao ingrediente deveriam ser suspensos.
Ilustração de medicamentos. (Foto: Reprodução/blogdojuares)
Desperdício econômico
A decisão não agradou a todos. A preocupação do comitê em suspender as vendas da fenilefrina em comprimidos não foi motivada por questões de segurança, mas sim, pelo desperdício econômico, tendo em vista sua ausência de eficácia, gerando gastos desnecessários aos consumidores que ao contraírem resfriados ou alergias, recorrem a este meio. No ano passado (2022), por exemplo, foram vendidos cerca de US$ 1,8 bilhão deste produto, de modo que, sua ausência no mercado custará um valor alto a aqueles que o comercializa.
Medicamentos a serem vendidos. (Foto: Reprodução/jornaleconomico)
A Consumer Healthcare Products Association, representante dos fabricantes de medicamentos e suplementos dietéticos de venda livre, bem como de dispositivos médicos de consumo, discordou da decisão, alegando estar decepcionada.
Aprovado para uso sem prescrição médica desde 1970
Foto de 2006, descongestionante nasal Sudafed PE exibido em uma prateleira de uma loja Walgreens em Chicago, Illinois. (Foto: Reprodução/ Tim Boyle/Getty Images/Cnnbrasil)
A fenilefrina foi aprovada para uso sem receita médica no ano de 1970, mas seu uso aumentou por volta de 2005, após a legislação restringir o acesso a medicamentos que utilizavam composições similares à pseudoefedrina. O estudo para validar sua eficácia iniciou no ano de 2007, quando o comitê FDA solicitou que deveriam ser realizadas pesquisas que, após ensaios clínicos, apontaram que o uso oral deste, não seria eficiente como o descongestionante em sua dosagem típica.
Foto Destaque: Mulher resfriada tomando medicamentos. Reprodução/revistadosis.