Nesta quarta-feira (06), foi divulgado um estudo da Escola de Medicina de Stanford, liderado por pesquisadores dos Estados Unidos. A pesquisa, que contou com 5.678 participantes, foi publicada na Nature Research e aponta a possibilidade de identificar qual órgão pode ser o primeiro a falhar em cada pessoa.
Envelhecimento acelerado
Em comparação com indivíduos da mesma faixa etária, um órgão pode evidenciar um envelhecimento mais exuberante em uma pessoa, sugerindo um maior risco de doenças e, consequentemente, de mortalidade associada a este órgão. O estudo revela que, cerca de 1 em cada 5 adultos, razoavelmente saudáveis com 50 anos ou mais, tem pelo menos um órgão envelhecendo rapidamente.
Exame de sangue pode mostrar a idade dos órgãos (reprodução/FUTURE PUBLISHING/GETTY IMAGES/BBC)
Em uma descoberta surpreendente, um simples exame de sangue agora permite identificar rapidamente se alguns órgãos estão envelhecendo mais rápido. Pesquisadores afirmam que esse avanço possibilita intervenções terapêuticas precoces, antes mesmo dos sintomas clínicos se manifestarem. O autor do estudo, Tony Wyss-Coray, afirmou que é possível estimar a idade biológica de um órgão em uma pessoa aparentemente saudável, o que, por sua vez, pode prever o risco de doenças relacionadas a esse órgão
Prevenção
Para Wyss-Coray, que lidera a Iniciativa Phil e Penny Knight para Resiliência Cerebral, há pesquisas que exibem a idade biológica das pessoas. "Vários estudos produziram valores singulares que refletem a idade biológica dos indivíduos, indicando a idade implícita com base em um conjunto avançado de biomarcadores, em contraste com sua idade crônica, que representa o número real de anos transcorridos desde o nascimento", afirmou.
Os pesquisadores analisaram os níveis de proteínas no sangue para avaliar o envelhecimento de órgãos e a suscetibilidade a doenças. Treinaram um algoritmo de aprendizado de máquina para prever a idade com base nessas proteínas. Ao verificar sua precisão em mais de 4.000 pessoas, descobriram que as diferenças de idade em 10 dos 11 órgãos estudados estavam associadas a riscos futuros de morte.
Segundo Wyss-Coray, essa abordagem pode possibilitar a identificação de órgãos sofrendo envelhecimento acelerado no corpo humano, permitindo intervenções preventivas antes que as doenças se manifestem. Indivíduos com envelhecimento cardíaco acelerado apresentaram um risco 2,5 vezes maior de insuficiência cardíaca, enquanto aqueles com cérebros “mais velhos” tinham 1,8 vezes mais chances de declínio cognitivo em cinco anos.
Foto destaque: exame de sangue sendo realizado (reprodução/kukhunthod/IStock/uol)