Pesquisa australiana afirma que a variante Omicron se reproduz melhor no nariz das crianças

De acordo com o estudo, os pesquisadores australianos acreditam que as células jovens do nariz das crianças são responsáveis pela maior reprodução da variante Omicron em relação aos adultos.

03 ago, 2022

Um estudo australiano publicado na revista “PLOS Biology” sugere que o epitélio nasal (revestimento das narinas) em crianças tem qualidades protetoras que de alguma forma afastam muitas das cepas “ancestrais” do coronavírus, mas não a variante Omicron, que é agora a forma mais prevalente da COVID-19.

Os pesquisadores determinaram que as primeiras variantes do vírus replicaram menos eficientemente e foi associado com uma resposta antiviral aumentada nas pilhas epiteliais nasais das crianças. Essa menor taxa de replicação viral também foi observada com a variante Delta, mas não com a mais recente versão do coronavírus.

A Dra. Kirsty Short, microbiologista da Universidade de Queensland, na Austrália, disse nesta quarta-feira que as descobertas foram feitas comparando amostras de células do epitélio nasal de 23 crianças saudáveis com idades entre dois e 11 anos, juntamente com 15 adultos saudáveis com idades entre 19 e 66 anos. “Os dados sugerem fortemente que o epitélio nasal das crianças é distinto e que pode dar a crianças algum nível de proteção de SARS-CoV-2 ancestral”, declarou a médica.


Uso de máscara por crianças também é importante. (Foto/Reprodução/Aims)


Embora houvesse uma diferença clara entre as células epiteliais nasais mais jovens e mais velhas, Short disse ainda que se pode apenas especular por que isso acontece. “É possível que o aumento da exposição antigênica no epitélio nasal da infância “/treine”/ em crianças para montar uma resposta pró-inflamatória mais forte a qualquer desafio antigênico”, comentou.

Para a microbiologista, ter uma melhor chance de desvendar os mistérios das células do epitélio nasal idealmente exigiria uma amostragem maior de células. “Nós fornecemos a primeira evidência experimental que o epitélio nasal pediátrico pode jogar um papel importante em reduzir a susceptibilidade das crianças a SARS-CoV-2”, declarou Short, acrescentando que sua equipe estava interessada em fazer tal estudo, especialmente à luz do surgimento das novas variantes BA.4 e BA.5 da Omicron.

As crianças e os adolescentes com a COVID-19 geralmente desenvolvem sintomas mais leves do que os adultos. Evidências crescentes indicam que a população pediátrica é menos suscetível à infecção por SARS-CoV-2 com as cepas anteriores.

No entanto, a proporção de casos pediátricos tem aumentado substancialmente com o surgimento de novas variantes e subvariantes do vírus. Se esse aumento é uma consequência da vacinação adulta ou das mudanças fundamentais nas medidas de proteção contra a doença, a razão é ainda desconhecida.

Foto destaque: Exame de COVID-19 é realizado em criança. Reprodução/Imgix

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