De acordo com os dados divulgados através do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), cerca de uma em dez crianças de até 5 anos, está acima do peso esperado para sua idade. A pesquisa foi solicitada pelo Ministério da Saúde, e avaliou 14.558 crianças do Distrito Federal.
Segundo a OMS, obesidade infantil tem afetado cerca de 3,1 milhões de crianças menores de 10 anos no País. Essa problemática vem sendo alertada há alguns anos, e o dia 3 de junho foi oficialmente declarado como 'Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil'. Lembrando que, obesidade pode ser um fator genético ou hormonal, por isso a importância de visitar com frequência o Pediatra. Outro fator originador, é permitir o uso excessivo de telas, e não adicionar atividades físicas na rotina dos pequenos, fazendo com que os mesmos desenvolvam hábitos sedentários.
Conforme a Fiocruz alerta, cerca de 15% das crianças e 8% dos adolescentes sofrem de obesidade, e oito em cada dez desses adolescentes tendem a se manter obesos durante sua fase adulta. O sobrepeso, está diretamente relacionado ao início de muitas outras doenças como, hipertensão, colesterol alto e diabetes. Estudos mostram que 6,4 milhões de crianças hoje no Brasil vivem com o excesso de peso.
Campanha de prevenção a obesidade infantil #CrescerSaudável. Reprodução: Gov/Saúde
Campanha de prevenção a obesidade infantil #CrescerSaudavel. Reprodução:Gov/Saúde
Conversamos com a Nutricionista Rhebeka Cardoso Benevides, que nos contou um pouco mais sobre essa temática, e alertou sobre as possíveis causas.
"Obesidade infantil vai além da ingestão de grande volume de comida. A obesidade infantil está intimamente ligada aos hábitos alimentares e estilo de vida sedentário, variação genética e alimentação rica em alimentos com alto valor calórico, além de receber influência de aspectos demográficos, socioeconômicos e de insegurança alimentar", começou Rhebeka.
"A ausência do estimulo para práticas de atividades físicas é um fator agravante para o desenvolvimento da obesidade, por consequência as crianças tendem a permanecerem conectadas à aparelhos eletrônicos por mais tempo e quase sempre acompanhadas de um pacote de biscoito, sanduíches e refrigerante. Outro ponto a salientar é a elevação de números de casos de crianças diagnosticadas com ansiedade. Estudos afirmam que um bom acompanhamento psicológico através da terapia cognitivo comportamental é capaz de auxiliar na prevenção e tratamento da obesidade infantil", completou.
"A obesidade é vista como uma epidemia global e problema de saúde publica devido à sua etiologia multifatorial. Os problemas relacionados à esta comorbidade tem influência direta nos fatores hormonais como: deficiência do hormônio do crescimento, excesso de hidrocortizona, excesso de insulina e etc. As disfunções hormonais causadas pelo excesso de peso podem trazer complicações para a saúde como o desenvolvimento de diabetes mellitus, hipertensão arterial, hipercolesterolemia e síndrome metabólica.
Não tem segredo ou fórmula mágica para prevenir a obesidade infantil. É importante estimular a criança a ter uma alimentação rica em alimentos in natura como legumes, frutas e verduras; Pobre em ultraprocessados como refrigerantes, biscoitos, doces e frituras; Manter uma rotina de atividade física e beber bastante água para garantir o perfeito funcionamento do organismo", finalizou.
Foto Destaque: Hábitos não saudáveis geram sobrepeso, podendo desenvolver obesidade. Reprodução/Qualicorp