Com o aumento das taxas de obesidade e diabetes tipo 2, tratamentos que auxiliam no controle do peso e da glicemia têm atraído nos últimos anos a atenção de profissionais de saúde e pacientes. Entre eles, destacam-se o Ozempic e o Mounjaro, medicamentos que oferecem eficácia no tratamento e geram curiosidade sobre suas diferenças e funcionamento no corpo. Para esclarecer, o Dr. Rogério Padovan, relato médico, comenta os principais pontos sobre esses medicamentos.
“O Ozempic, que contém semaglutida, é um agonista do receptor GLP-1, um hormônio que regula o açúcar no sangue e o apetite. Já o Mounjaro, com tirzepatida, age como um agonista duplo dos receptores GLP-1 e GIP. Isso faz com que o Mounjaro tenha uma função fisiológica aprimorada, oferecendo maior tolerância e adaptação ao tratamento”, explica o Dr. Rogério.
Dr. Rogério Padovan (Foto: reprodução/divulgação)
Ambos os medicamentos atuam de forma a aumentar a saciedade, diminuir o apetite e retardar o esvaziamento gástrico, auxiliando assim na perda de peso e controle da glicemia. No entanto, o Dr. Padovan ressalta que é importante seguir orientações médicas e monitorar possíveis efeitos colaterais. “Os efeitos mais comuns incluem náuseas, vômitos e dores abdominais. Em alguns casos, pode ocorrer pancreatite e formação de cálculos biliares, então o acompanhamento médico é essência”, pondera.
O médico também destacou os benefícios mais amplos do Mounjaro. “Por ser um agonista duplo, ele não apenas melhora a glicemia, mas também tem efeitos positivos na sensibilidade à insulina, nos níveis de adiponectina e no metabolismo da gordura, beneficiando pacientes com doenças cardiovasculares associadas ao diabetes”, acrescentou.
Ao discutir a importância de um tratamento bem monitorado, o Dr. Padovan lembra que é importante avaliar a eficácia através da perda de peso, melhora dos níveis de glicemia e redução dos fatores de risco metabólicos. “Exames laboratoriais regulares, acompanhamento clínico e atenção aos sinais de alerta, como dores abdominais intensas ou reações alérgicas graves, são essenciais para ajustes de dosagem ou interrupção do tratamento, se necessário”, acrescenta.
O especialista enfatizou que diferente do que muitos pensam, o uso de medicamentos é apenas uma parte do processo. “Mudanças na dieta, prática de exercícios físicos e acompanhamento psicológico são igualmente fundamentais. Fatores genéticos e metabólicos também influenciam o sucesso do tratamento, por isso, uma abordagem multidisciplinar é sempre recomendada para uma perda de peso saudável e duradoura”, finaliza.
Foto destaque: Dr. Rogério Padovan (reprodução/divulgação)