O inchaço de braços e pernas podem ser sintomas de linfedema, uma doença crônica que não tem cura, mas o tratamento melhora a qualidade de vida do paciente. O quadro aparece devido ao distúrbio no sistema linfático que não absorve completamente o líquido presente no corpo, linfas, causando o inchaço excessivo nos membros periféricos.
Segundo o cirurgião plástico do hospital AC Camargo e especialista em microcirurgia linfática, Bernardo Batista, o diagnóstico é feito a partir do histórico clínico do paciente, mas é negligenciado por grande parte da comunidade médica. O acesso tardio ao tratamento devido à demora do diagnóstico clínico prejudica a saúde do paciente, pois doença ser de natureza crônica algumas pessoas não compreendem que o cuidado deve ser continuo. Outra dificuldade relacionada à terapia de membros afetados que envolvem principalmente o uso de faixas de compressão.
Terapia complexa descongestiva em linfedema de membros inferiores. (Foto: Reprodução/ InterFisio)
A condição desenvolve dependendo de sua origem. No primeiro caso, o problema constitui do sistema linfático. O segundo, mais comum, acontece proveniente a uma agressão do lado externo, como acontece nos tratamentos contra algum câncer. Segundo Batista explica isso acontece, pois no tratamento do câncer muitas vezes há a remoção dos linfonodos, responsáveis pela absolvição das linfas, sendo o principal fator para o aparecimento do linfedema.
Relatos apontam que o câncer que mais causa linfedema é o de mama e Batista ressalta que 20% das pessoas que fazem o tratamento nesta região desenvolve o quadro mais avançado. Por esse tipo de câncer ser um dos que mais atingem as mulheres, o aparecimento de linfedema é mais alto entre elas, segundo os dados da Instituição Nacional do Câncer (INCA).
Na ultima terça-feira (22) foi aprovada uma lei no estado do Rio de Janeiro que considera pessoas diagnosticadas com linfedema como alguém com deficiência. Para entrar em vigor, o documento precisa ser assinado pelo governador Cláudio Castro (PL). Este tem como objetivo de conscientizar maior número de pessoas sobre a doença, pois suas complicações geram inúmeros problemas para o paciente como a locomoção parcial.
A elaboração do documento teve a participação da Associação Brasileira de Pessoas com Linfedema e Familiares (Abralinfe) em conjunto com o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 2ª Região (Crefito 2).
Foto Destaque: Massagem de linfomas. Reprodução/ Dr. Daniel Benitti