O cientista, professor e ex-mergulhador da marinha estadunidense, Joe Dituri da Universidade do Sul da Flórida decidiu se hospedar embaixo d´água por 100 dias. Ele está em aquário a 9 metros de profundidade e 30 metros quadrados em Key Largo, na California, no arquipélago de Flórida Keys.
O objetivo de Joe é provar que viver embaixo d´água previne doenças relacionadas ao envelhecimento e quer quebrar o recorde como a pessoa que mais tempo ficou, em dias seguidos, submerso. O recorde atual é de 73 dias, de um professor também estadunidense, da faculdade do Tennessee que ficou no mesmo local em 2014.
A câmara hiperbárica em que Joe está é diferente de um submarino, pois os submarinos são vedados quando estão embaixo d´água e a pressão é mantida a do nível do mar, o que resulta na manutenção da pressão fora ser quase a mesma do que a de dentro. No quarto onde Joe está não existem escotilhas e o ar dentro é comprimido pelo oceano, aumentando a pressão em sua volta, o que resulta em uma pressão cerca de 2 vezes maior do que ele está acostumado fora do mar.
Ficar tanto tempo embaixo d´água, mesmo em um ambiente controlado como está o de Joe pode ser bastante perigoso para a saúde. Conforme a pressão do ar aumenta, o gás nitrogênio presente no nosso corpo, pode atravessar as paredes finas dos pulmões e entrar na corrente sanguínea, causando diversos males a saúde. Passando dos 30 metros de profundidade, pode causar Narcose, que se parece quando se está embriagado. Dimitri está a 10 metros de profundidade.
Joe Dituri em câmara hipebárica, sua saga pode ser acompanhada pelo instagram oficial do cientista - Reprodução/Instagram/@drdeepsea
Joe sabe que ficar tanto tempo na câmara hiperbárica será uma tarefa que poderá acarretar uma série de problemas no seu corpo, como por exemplo o problema cicardiano, uma espécie de relógio do corpo, que tem como uma de suas funções, regular o ciclo do sono. Esse relógio do corpo, que depende da luz do dia, pode causar distúrbios do sono. A falta de vitamina D é outra preocupação do cientista, pois esse também é adquirido através da luz do sol, e acarreta problemas imunológicos. Ele tentará obter essa vitamina através de suplementos, alimentos ricos nesse nutriente e através de luzes ultravioletas.
Como a imunidade de Joe poderá variar, pode ocorrer de que alguma doença autoimune, ou que esteja controlada, por antes viver em ambiente propício, pode ocorrer que apareça algo relacionado. É muito comum isso acontecer em astronautas no espaço sideral.
Joe recebendo visitas - Reprodução/Instagram/@drdeepsea
Para tentar minimizar a perda óssea e de musculatura, Dituri tem 2 tipos de exercícios a sua disposição, que é caminhar no seu pequeno espaço e nadar. Também é indicado que ele faça alguns agachamentos para tentar compensar essa perda óssea e muscular.
Os estudos feitos a partir da experiência de Joe Dituri é considerada muito satisfatória para a comunidade internacional, pois a partir dela poderá se ter certeza dos efeitos na saúde a uma inserção de longo prazo a pressões submarinas. Existem apenas pesquisas referentes a essas pressões, com resultados a curto prazo, como benefícios a cicatrizações, com isso, essa nova experiência, além de desafiadora, poderá mostrar dados certeiros sobre efeitos fisiológicos e psicológicos no corpo humano.
Ao todo o projeto custará US$ 250 mil dólares, o que equivale a 1,3 Milhão de reais, e foi obtido através de patrocínios e doações. Joe irá interagir por 24 horas por dia e ministrará aulas online no período, podendo receber visitas durante a estadia. Em seu Instagram, @drdeepsea, ele irá postar seu dia-dia no fundo do mar.
Foto destaque: Joe Dituri no fundo do mar - Foto: reprodução/Twitter